A Operação Courrier, deflagrada contra advogados supostamente ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), trocou de juiz pela 2ª vez após a suspeição do titular da 6ª Vara Criminal, Márcio Alexandre Wust. O juiz Roberto Ferreira Filho, novo magistrado no caso, determinou o fim do sigilo externo das ações e a retomada dos julgamentos envolvendo os defensores.
Inicialmente, as ações foram redistribuídas para o juiz Robson Celeste Candeloro, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande. Ele determinou, em manifestação ao Tribunal de Justiça, que a 7ª Vara Criminal foi transformada em Vara Especializada em Crimes contra Crianças e Adolescentes.
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No primeiro despacho sobre o caso, Roberto Ferreira Filho, titular da 1ª Vara Criminal, determinou o fim do sigilo externo e apenas a manutenção do segredo de Justiça nos processos. Com a medida, as decisões voltam a ser publicadas no Diário Oficial da Justiça.
Wust teve o pedido de suspeição feito pelo Gaeco após promotores o flagrarem fazendo duras críticas ao órgão do MPE e aos desembargadores do Tribunal de Justiça. O magistrado disse que não soltava o advogado Bruno Ghizi, porque a corte superior revertia as decisões para mantê-lo atrás das grades.
Ele também disse em conversa com um advogado, réu na ação conhecida como “sintonia das gravatas”, que deixava brecha nas decisões para que os acusados conseguissem reverter as determinações no Superior Tribunal de Justiça.
O magistrado negou qualquer irregularidade, mas acabou se declarando suspeito e se afastou do caso.
A operação contra os advogados é mais uma com grande impacto na sociedade nas mãos de Roberto Ferreira Filho, que já preside os julgamentos das ações decorrentes das operações Lama Asfáltica, Grãos de Ouro e Omertà.