A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a pena de quatro anos e seis meses em regime fechado do ex-prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (sem partido) na ação em que foi condenado por compra de casa em residencial de luxo com dinheiro desviado da Prefeitura de Campo Grande.
O julgamento no TJ termina depois de durar dois anos e ser suspenso seis vezes, a última em março deste ano, quando o desembargador José Ale Ahmad Netto, relator do caso, negou mudar a pena imposta pela primeira instância. Nesta terça-feira (11), o restante da turma seguiu o voto do colega e impôs nova derrota a Olarte, por unanimidade.
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Os desembargadores Carlos Eduardo Contar e Luiz Gonzaga Mendes Marques seguiram o entendimento do relator e negaram todos os recursos e mantiveram a sentença do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, contra Gilmar Olarte, a ex-primeira-dama Andréia Nunes Zanelato Olarte, o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e o empresário Evandro Simões Farinelli.
A defesa do ex-prefeito e dos demais réus pediam ao TJMS a anulação da condenação e o Ministério Público Estadual, por outro lado, queria ampliar o tempo das penas. O quarteto foi considerado culpado por ocultar R$ 1,3 milhão na compra do terreno e construção de uma mansão no residencial de luxo Damha e quase uma dezena de imóveis.
Roberto Ferreira Filho condenou Olarte a quatro anos e seis meses de prisão, Andréia, a quatro anos e três meses, Ivami e Evandro, ambos a três anos e seis meses de detenção.
Com mais esse revés, Olarte soma 12 anos e 10 meses em sentenças por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele cumpre, desde maio de 2021, pena de oito anos e quatro meses no semiaberto, após conseguir progressão de regime.
O pastor obteve o benefício porque conseguiu remissão de 73 dias na pena ao trabalhar por 220 dias no presídio onde está por ter aplicado golpe do cheque em branco em fiéis da Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil.
No entanto, o infortúnio do ex-prefeito de Campo Grande parece não ter fim. No mês passado, o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal, aceitou a denúncia por estelionato contra o Olarte, a gerente do Banco Safra, Alessandra Carilho de Araújo, e o “empresário” Diego Aparecido Francisco. Eles são réus por terem aplicado o golpe do falso leilão de um prédio em um casal de evangélicos, que acabou tendo prejuízos de R$ 800 mil.
O magistrado concluiu que as provas demonstram que houve o suposto crime. O casal de empresários, que conheceu Olarte na igreja Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil, caiu no golpe de que comprariam um prédio na Avenida Gunter Hans, no Jardim Tijuca.