A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, analisa deixar o Mais Brasil, partido a ser criado com a fusão do Patriotas com o PTB. Em Mato Grosso do Sul, a nova sigla poderá ficar sob o comando do ex-senador Delcídio do Amaral (PTB). A chefe do Executivo campo-grandense cogita quatro partidos – PP, União Brasil, PL e MDB – para se filiar e disputar a reeleição em 2024.
Adriane comanda a máquina municipal e tem potencial de, no mínimo, chegar ao segundo turno. Desde a implementação da reeleição no Brasil em 1998, apenas Alcides Bernal (PP) fracassou na tentativa de obter um novo mandato e por míseros 2,6 mil votos, ele ficou de fora do segundo turno em 2016, disputado por Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto, então no PSDB.
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Os demais prefeitos – André Puccinelli (MDB), Nelsinho Trad (PSD) e Marquinhos Trad – venceram o pleito no primeiro turno. No cargo desde abril do ano passado, Adriane tem até o fim do ano para equilibrar as finanças e definir as obras prioritárias, que servirão de carro-chefe na campanha.
Segunda mulher a assumir o comando da Prefeitura Municipal de Campo Grande, Adriane pretende trocar de partido para disputar a reeleição. O marido, o deputado Lídio Lopes, deve acompanha-la, porque a troca de legenda é permitida em caso de fusão.
Fonte próxima ao casal afirma que as negociações estariam em andamento com o PP, União Brasil, MDB e PL. Presidente regional do PP, a senadora Tereza Cristina, confirmou que fez o convite para os Lopes em dezembro do ano passado. Por meio da assessoria, ela reafirmou que o convite continua valendo.
O outro partido é o PL, o que lhe garantiria a visibilidade de disputar a reeleição como a candidata de Jair Bolsonaro. Neste caso, a prefeita disputaria o legado do bolsonarismo com o deputado estadual João Henrique Catan (PL), que já foi candidato a prefeito em 2020, e com o ex-deputado Capitão Contar (PRTB).
“O PL é um partido de direita, que tem alta expressão no Congresso Nacional, temos dois deputados federais, Marcos Pollon e Rodolfo e três Estaduais – eu, (Coronel) Davi e Neno (Razuk)”, afirmou João Henrique. “Não soube sobre a intenção da prefeita de vir para o PL, para reforçar as bases do partido todo esforço é válido, mas a discussão sobre candidaturas está distante e será discutido por todas as lideranças do partido liberal”, ressaltou.
O problema é que a prefeita iria para um partido de oposição ao Governo Lula e poderia ter problemas para a liberação dos recursos para as obras, como a revitalização da Avenida Ernesto Geisel, paralisada desde o primeiro mandato de Marquinhos, obras de pavimentação nos bairros, o Centro de Belas Artes, creches e escolas municipais.
Outra opção é o União Brasil, da senadora Soraya Thronicke. A sigla não tem nenhum prefeito em Mato Grosso do Sul. A vantagem para Adriane é que o partido é dono do maior quinhão no fundo partidário e ainda conta com três ministérios (Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional). As pastas seriam estratégicas para turbinar a campanha da prefeita em 2024.
Soraya foi procurada, mas não se manifestou sobre a possível negociação com a prefeita da Capital.
A outra é o MDB. No entanto, o ex-governador André Puccinelli e o presidente regional do MDB, o deputado estadual Júnior Mochi, negaram que tenham conversado ou feito convite para Adriane se filiar a sigla.
A filiação de Adriane ao MDB poderia reforçar o plano de Puccinelli, que vem trabalhando para se recuperar politicamente após a derrota na disputa para o Governo em 2022. O emedebista não assimilou ter ficado fora do segundo turno após passar toda a campanha como o primeiro colocado nas pesquisas.
A filiação de Adriane ao MDB ou União Brasil frustraria o plano de Rose Modesto de disputar a prefeitura em 2024. A ex-deputada federal poderia contar com o apoio de Puccinelli em eventual disputa. O ex-governador também cogita disputar a prefeitura pela 3ª vez, mas só deverá entrar na disputa se avaliar que tem chances de vitória.