Um ano após prender seis advogados e servidores públicos, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) voltou às ruas, nesta quarta-feira (1º), em ofensiva contra “gravatas” do PCC. A Operação “Maître” (Mestre) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Campo Grande, aplicou medidas cautelares diversas de prisão e afastou um defensor público, que não teve a identidade divulgada.
A ação é a segunda fase da Operação “Courrier”, deflagrada em março de 2022, em que são apurados crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional qualificada, atribuídos a um advogado apontado como “gravata” da facção criminosa PCC, que está preso preventivamente, um defensor público e seu ex-assessor, também advogado.
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Segundo o Gaeco, braço policial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os alvos de medidas cautelares estão proibidos de manter contato por qualquer meio com investigados da “Courrier” e de acessar órgãos públicos e seus sistemas, sobretudo à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, salvo quando intimados.
O nome da operação faz alusão à forma pela qual os demais integrantes da associação criminosa referiam-se ao defensor público, denominando-o “Mestre”. Maître, em francês, que é tratamento conferido aos operadores do Direito.
Março de 2022
No ano passado, a Operação Courrier resultou na prisão de seis advogados, um policial penal, um servidor judiciário e um servidor da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Todos estes tem algum tipo de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção organizada que atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também na linha de fronteira com o Paraguai.
Uma comissão foi criada pela OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul) para acompanhar o caso. De acordo com o Gaeco, o grupo estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles o promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande.