O Ministério Público de Portugal acusou o empresário português Ruben Alexandre Vieira Oliveira, 39 anos, conhecido como Xuxas, e mais 17 pessoas ligadas ao traficante de drogas e ex-policial militar Sérgio Roberto Carvalho, o Major Carvalho, conhecido no país europeu como “Pablo Escobar brasileiro”.
Ruben Alexandre é considerado o líder português e ‘braço direito’ na Europa do esquema de tráfico internacional de droga comandado por Carvalho, que está em prisão preventiva em Budapeste, na Hungria, desde 21 de junho do ano passado. Ele era procurado pela Interpol.
Veja mais:
Após virar lenda do crime organizado, Major Carvalho é preso pela 4ª vez na Hungria
Polícia apura se major Carvalho, o novo “Escobar”, comprou empresa aérea para fugir
Alvo de ação da PF que bloqueou R$ 1 bilhão, major da PM tem aposentadoria de R$ 11 mil
Segundo o Ministério Público português, as investigações apontaram que o empresário fundou uma organização criminosa para importar grandes quantidades de cocaína da América do Sul. A denúncia foi feita na semana passada.
Xuxas viajou quatro vezes para o Brasil para negociar a importação de toneladas de cocaína para a Europa antes de ser preso pela Polícia Judiciária de Portugal, em 27 de junho do ano passado, segundo o portal UOL.
Ruben Alexandre mantinha estreita relação com Major Carvalho. O empresário português também tinha a missão de contratar narcotraficantes em outros países e ainda era o responsável pela quantidade de droga a ser exportada e pelos locais de destino da cocaína.
“Escobar brasileiro”
Considerado uma lenda do crime organizado, acusado de chefiar uma das maiores organizações criminosas do mundo, Major Carvalho foi comandante da Companhia de Polícia de Trânsito de Campo Grande, atual Batalhão de Trânsito, e foi preso pela primeira vez em 1997 com uma carga de cocaína. Ele foi condenado e ficou detido por vários anos.
Carvalho foi acusado de estar envolvido no tráfico de 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa entre 2017 e 2019 e de ter lavado milhões de dólares por meio de várias empresas de fachada. E também é denunciado por ter usado documentos falsos para enganar as autoridades europeias.
Na Espanha, ele foi preso sob identidade falsa por suposto tráfico de drogas e, após pagar fiança que lhe permitiu responder em liberdade, simulou sua morte por Covid-19 em 2020 com um atestado falso para fugir da justiça.
O “Escobar brasileiro” afirmou que o processo contra ele se deu por motivos políticos e seu advogado argumentou que no Brasil ele não teria um julgamento justo. Carvalho continua preso enquanto aguarda o processo de extradição.
De acordo com a procuradora Sandra Pontes, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os investigados vão responder judicialmente pelos crimes de associação criminosa para o tráfico, tráfico agravado de drogas, lavagem de dinheiro, posse de arma e munições ilegais.
As informações foram publicadas pelo jornal português “Correio da Manhã”.