Nos últimos quatro anos, o valor da cesta básica disparou em Campo Grande, passando de R$ 422,88, em dezembro de 2018, para R$ 744,21 no final do ano passado. Isso significa que os alimentos básicos acumularam aumento de 59% na gestão de Jair Bolsonaro (PL), segundo levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos).
No ano passado, a cesta básica teve alta de 16,03% na Capital. O aumento foi o 3º maior do País entre as capitais, só ficando atrás de Goiânia (17,98%) e Brasília (17,25%).
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O campo-grandense paga o 5º maior valor entre as 27 capitais, conforme o levantamento do DIEESE. A líder no ranking é São Paulo (R$ 791,29), seguida por Florianópolis (R$ 769,19), Porto Alegre (R$ 765,63), Rio de Janeiro (R$ 752,74) e Campo Grande (R$ 744,21).
De acordo com a economista Andréia Ferreira, supervisora do DIEESE em Mato Grosso do Sul, o aumento de 59% na gestão de Bolsonaro reflete as ações do governo. Um dos principais fatores foi a desmobilização dos armazéns da Conab para estocar os alimentos e adotar a política para estabilizar os preços.
Na gestão de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), que englobou os quatro anos anteriores, o valor da cesta básica teve queda de 6%. A política de ter estoques reguladores e incentivos à agricultura familiar começou a ser abandonada já na gestão de Temer, que assumiu após o impeachment de Dilma em meados de 2015.
Outro ponto foi que os produtores privilegiaram a venda dos produtos para o mercado externo, principalmente, durante a pandemia da covid-19. “Estes produtores não aumentaram as áreas de cultivo, ao contrário, reduziram”, lembra a economista. Na região Centro-Oeste, ela cita como exemplo o feijão, que teve redução de 30% na área plantada.