O governador Eduardo Riedel (PSDB) nomeou o empresário Elias Mendes de Oliveira para presidir da Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e TV Educação. Ele é irmão do secretário estadual de Fazenda, Flávio César Mendes de Oliveira, que é réu por improbidade administrativa e corrupção passiva na Operação Coffee Break.
Elias Oliveira vai substituir o ex-deputado estadual Youssif Domingos (MDB), que foi demitido do comando da TVE pelo Diário Oficial. O tato político do tucano é tanto que nem telefonou ou comunicou o antecessor de que seria substituído pelo consanguíneo de Flavio Cesar, o novo poderoso da gestão tucana.
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O Jacaré procurou Elias Mendes de Oliveira para saber a formação e o currículo para ser nomeado para comandar a televisão estadual, mas ele não retornou. Antes de assumir a presidência da Fundação Luiz Chagas, ele foi assessor de comunicação do Detran e da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul).
Em abril do ano passado, a sua exoneração da Secretaria Estadual de Infraestrutura foi assinada pelo irmão, então secretário-adjunto de Governo, Flávio César de Oliveira. Até ser demitido, ele ganhava R$ 18.631,28. Após sair da secretaria, ele assumiu a comunicação da Sanesul.
Após passar a campanha pregando a eficiência e critérios técnicos na composição da equipe, Riedel segue o critério que pode ser enquadrado como nepotismo. No final do ano passado, a Assembleia Legislativa promulgou a Emenda Constitucional número 92, de autoria dos deputados Paulo Corrêa (PSDB), Amarildo Cruz e Pedro Kemp, do PT, Coronel David (Pl), Professor Rinaldo (Podemos), Herculano Borges (Republicanos) e Renato Câmara (MDB), proibindo o nepotismo na administração pública.
O parágrafo 7º do artigo 27 da Constituição Estadual tem o seguinte texto:
“É vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no Tribunal de Contas, no Ministério Público e na Defensoria Pública, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”.
Demitido por Riedel, Youssif tomou conhecimento pelo Diário Oficial. Ele foi presidente da TVE por oito meses e comandou a Agência Estadual de Regulação na gestão de Reinaldo Azambuja. O ex-deputado pretende voltar a atuar como advogado na iniciativa privada e, dependendo da situação, voltar a ser candidato nas eleições de 2024.