O Ministério Público Estadual deflagrou, nesta quarta-feira (7), a Operação Parasita para investigar servidores públicos e empresários pelo desvio de R$ 14 milhões do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. Houve o pagamento de material de contraste suficiente para quatro anos, mas pacientes estavam ficando o exame em decorrência da falta do produto.
É mais um escândalo envolvendo corrupção e desvio de recursos da saúde na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), que conclui o segundo mandato neste ano. O GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriram 18 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Itajaí (SC).
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A investigação do GECOC apura crimes de associação criminosa, licitação, emissão de notas fiscais falsas, falsidade ideológica e peculato, em razão da simulação de procedimentos de compra e venda de produtos jamais entregues ao HR.
Os desvios ocorriam por meio de compras fraudulentas e simulações de venda para o hospital, mas os produtos não teriam sido entregues. “Até o momento, as investigações já apontam prejuízo de mais de 14 milhões de reais nos últimos anos, mediante compras fraudulentas”, informou o MPE, por meio da assessoria.
“A título de exemplo, uma das comercializações simuladas, com valores em torno de 2,5 milhões de reais, destinou-se à aquisição do produto contraste, em quantidade suficiente para cerca de quatro anos, sendo que, por não ter sido entregue, o material se encontra em falta no hospital, inviabilizando exames e procedimentos essenciais a inúmeros pacientes”, informou.
“Os mandados de busca e apreensão têm como alvos pessoas físicas e jurídicas vinculadas à investigação”, relatou. Um dos alvos foi uma empresa na Rua Rui Barbosa, conforme o levantado pelo Campo Grande News.
A investigação envolve sete promotores de Justiça, sendo dois do Patrimônio Público de Campo Grande, Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, três do Gaeco e dois do interior do Estado.
A operação de hoje contou com a participação dos integrantes do GECOC, dos GAECOs de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, além de policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).
O nome Parasita decorre da ação danosa que suga os recursos públicos da saúde, prejudicando tanto o regular funcionamento do hospital público como os pacientes do Sistema Único de Saúde.
O Jacaré procurou o Governo do Estado, mas até o momento não houve manifestação sobre a nova operação contra desvio no HR.