O Tribunal Superior Eleitoral anulou 968 votos em 14 candidatos do União Brasil e cassou mais dois vereadores eleitos em Ladário. Com a anulação da eleição dos vereadores Rosiane Arnaldo, a Zica, e Paulo Henrique Coutinho Araújo Chaves, o Dr. Paulo Henrique. Moda na cidade, a fraude na cota de gênero pode levar a renovação de 36% das 11 vagas na Câmara Municipal.
No dia 23 de novembro deste ano, o TSE manteve decisão de primeira instância e anulou os votos do Republicanos. Os vereadores Denilson Márcio da Silva e Rosirlei Araújo de Oliveira, a Rosy Araújo, perderam os mandatos.
Veja mais:
TSE vê fraude na cota de mulheres, anula votos do Republicanos e dois vereadores perdem mandato
Por 4 a 3, TRE anula cassação de vereador bolsonarista que usou dinheiro da cota feminina
TRE mantém reprovação de contas de Sandro Benites por usar cota feminina na campanha
Tragédia de Dourados em Ladário: TJ prende prefeito do PSDB, secretário e sete vereadores
O Tribunal Regional Eleitoral deverá recalcular o quociente eleitoral e excluir as quatro vagas, duas do DEM (atual União Brasil) e duas do Republicanos. A reviravolta pode ampliar as bancadas do PDT, PSD, PTB e MDB no legislativo municipal.
O ministro Raul Araújo, do TSE, acatou a denúncia do Ministério Público Estadual de que a candidatura de Maria Ozita Souza de Arruda foi fictícia, apenas para cumprir a lei de cota e enganar a Justiça Eleitoral.
A candidata do DEM não fez campanha nem gastou um tostão dos R$ 19,6 mil previstos. Não pediu votos nem postou nas redes sociais algum parente, amigo, irmão ou outro pedindo votos. Ela foi a única dos 15 candidatos do partido que não teve nenhum voto nas eleições de 2020. Outros 14 tiveram entre 5 e 173.
Araújo destacou que “restou inconteste a indicação fraudulenta de candidatura, podendo-se concluir que o partido fez inscrição fraudulenta da candidata Maria Ozita Souza de Arruda, para fraudar a cota de gênero”.
Os indícios da suposta fraude na cota de gênero: “falta de declaração, à Justiça Eleitoral, de quaisquer gastos de campanha, transferência ou arrecadação de recursos (com prestação de contas zerada); contabilização de zero voto; ausência de atos de campanha, nem ao menos em suas redes sociais; aderência à campanha de candidato pertencente ao grupo familiar (cunhada) e inclusão tardia da candidatura”.
Ladário vai entrar para o folclore político regional e pode virar paradigma nacional no combate ao jeitinho dos partidos políticos em driblar a cota de gênero com candidaturas fictícias.
Em 2018, a cidade virou destaque nacional com a prisão do prefeito, secretários e sete dos 11 vereadores por corrupção.