Mário Pinheiro, de Paris
É bom crer em Deus, ter em quem mostrar sua devoção, mas não dá pra se fingir de besta. O cúmulo da imbecilidade é fechar os olhos para o realismo da fome, do acúmulo inexplicável de imóveis comprados com dinheiro vivo, da violência gratuita contra comunidades indígenas e defender o aumento da propriedade privada nas mãos do latifundiário.
Pobre não tem cova pra ser enterrado, tem terra somente sob as unhas, mas acha interessante e chique ficar do lado de quem oprime, mata índios e manda a boiada passar. Atrás da crença cega, aquela que pensa reger a família com a mulher submissa, da pobre que aceita a violência doméstica, machista, e engole o ranho sem reclamar, persiste a desigualdade e a falta de coragem.
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Não existe família perfeita e sem problemas, é verdade, mas o mais grave é fechar os olhos com a olheira de cavalo, fingir que a armadilha totalitária, por ignorância, não os afetará. Ledo engano.
A armadilha totalitária se mostra contra a corrupção, prega a ordem, mas espalha a desordem. Hitler se mostrou confiante, obteve apoio, ganhou as eleições democraticamente como o tal Bolsonaro, mas espalhou o mal num totalitarismo agregado às crises de sua época.
O resultado foi a catástrofe. Quando os nazistas conquistaram o poder, a Alemanha se dividiu. O Brasil também se dividiu com a eleição do presidente brasileiro com o número do burro, o 17. A engenhosidade da técnica bolsonarista atraiu os ingênuos pelo inconformismo, pela revolta, pelo “saco cheio” da política. Agora, com estrago feito no setor da economia e no campo social, resta a violência como sua crença pragmática para encher de medo quem adere ao candidato Lula.
Na realidade alemã, Hitler foi perdendo contato, confiança, fadado ao fracasso e a derrota, tenta queimar documentos comprometedores e suicida-se. O totalitarismo do Reich causou desgastes, assassinatos, exílios forçados, execuções sumárias, mas foi derrotado.
Os saudosistas de Hitler se espalharam pelo mundo. Próximo das eleições presidenciais no Brasil, o presidente candidato à reeleição pontua com a milícia carioca, uma máfia formada por ex-militares, políticos, traficantes e bandidos escondidos na estampa religiosa. Ele tenta costurar o rasgo social que fez contra as mulheres por sua mais completa falta de educação grosseira, um verdadeiro boçal.
A armadilha totalitária brasileira não pode dar certo quando milhões de brasileiros passam fome, enquanto a família no poder compra seus imóveis em dinheiro vivo, prótese peniana para os inúteis do Exército, marmelada e leite condensado de montão pra manada.
O povo não possui o suficiente pra comprar feijão, carne e gás, muito menos pra obter uma arma como deseja o presidente. O totalitarista Bolsonaro, adepto da tortura, sempre pregou a necessidade da guerra civil, onde brasileiros se matam mutuamente.
Tudo tem sem seu tempo e o tempo dele passou. A derrota do totalitarismo bolsonarista será um alívio, uma nova brisa, um novo amanhã de sorriso e feijão no prato do miserável.