Depois de 74 anos da fundação da primeira unidade no Centro de Campo Grande, o grupo São Bento fechou, neste mês, a última das 91 farmácias. No entanto, o grupo, em processo de recuperação judicial, planeja reconstruir o império a partir de uma pequena sala localizada na região central. O investimento pode surgir da venda de 15 imóveis que devem restar do pagamento dos credores.
De acordo com o advogado Carlos Almeida Oliveira Filho, do Grupo Buainain, a última unidade da rede de drogarias fechou as portas neste mês no cruzamento da Avenida Amazonas com a Rua Ceará, no Jardim Autonomista. O terreno foi dado em pagamento da dívida de R$ 22 milhões com o Banco do Brasil.
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A transação é apenas uma das previstas para concluir o pagamento da dívida de R$ 77,7 milhões com os credores. O juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Recuperações Judiciais, Insolvências e Falências da Capital, já teria homologado 50% das dações em pagamento previstas no plano de recuperação.
Oliveira Filho conta que foram cerca de 70 imóveis, que avaliados entre R$ 100 mil e R$ 12 milhões. No entanto, mesmo com o desfazimento do patrimônio do grupo e dos sócios, a São Bento ainda contará com 15 imóveis, que estão com gravames tributários. O grupo aposta em liberá-los após negociação para quitar os débitos.
“A recuperação judicial não é para falir, mas para a empresa retomar ao mercado”, explica o advogado. E a São Bento planeja retomar ao mercado de baixo, com a abertura de uma pequena farmácia na Rua Arthur Jorge, em uma pequena sala comercial.
Os sócios apostam em reconstruir o império fundado por Nelson Buainain em 1948 com a abertura da primeira unidade na esquina das ruas 14 de Julho e Marechal Cândido Mariano Rondon, no coração do comércio campo-grandense.
A partir desta unidade, o grupo chegou a contar com 91 farmácias e uma distribuidora, que acabaram indo a bancarrota em virtude da concorrência acirrada causada pela chegada de grandes grupos nacionais e da alta carga tributária.