Candidata a presidente da República, Soraya Thronicke (União Brasil) indiciou R$ 95,2 milhões do polêmico orçamento secreto. Até a candidata a vice-presidente de Simone Tebet (MDB), Mara Gabrilli (PSDB) usou R$ 19,2 milhões em emendas. A emedebista afirmou que o “orçamento secreto é o maior esquema de corrupção do planeta”. As informações foram divulgads pelo jornal O Estado de São Paulo.
Eleita na onda bolsonarista em 2018, Soraya rompeu com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que recorreu ao orçamento secreto para garantir apoio no Congresso Nacional. As emendas foram liberadas sem qualquer transparência ou prestação de contas. O Supremo Tribunal Federal chegou a suspender o programa, mas acabou liberando os recursos.
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De acordo com o jornal, Soraya liberou R$ 7,9 milhões no primeiro ano. No ano passado, a senadora disponibilizou mais R$ 45,6 milhões por meio do orçamento secreto. Até agosto deste ano foram liberados mais R$ 41,7 milhões. Os recursos foram para unidades de saúde e recuperação de vias públicas.
Uma das cidades contempladas com R$ 4,4 milhões foi Dourados, cidade natal da senadora e administrada por Alan Guedes (PP), um dos principais partidos do Centrão. Outros R$ 3 milhões foram repassados para Aparecida do Taboado, administrada pelo prefeito José Natan (Podemos).
Já a vice de Simone destinou R$ 19,2 milhões para 19 municípios do interior de São Paulo. A tucana usou os recursos para postos de saúde e hospitais.
“Com relação às emendas, meu critério sempre foi o povo”, tuitou Soraya, ao responder à repercussão de ter usado os recursos do orçamento secreto.
“Minhas emendas foram destinadas 100% ao meu Estado, e todas foram anunciadas. De secreto, NADA! Quem cobre os passos dos parlamentares com responsabilidade sabe disso. Para quem não, estou republicando. Meu MS está cansado de ser deixado para trás, e eu o ajudarei com tudo o que for possível”, escreveu Soraya no dia 13 de maio, após ser cobrada por seguidores sobre as verbas indicadas no orçamento secreto.
“O que fiz foi dar transparência. Nenhuma das indicações que faço são secretas, dou publicidade a todos os recursos que destino para as políticas públicas do meu estado”, garantiu a senadora.
Já Mara Gabrilli garantiu que suas emendas foram destinadas para saúde, educação e inclusão social em 2020, no auge da pandemia de covid-19. Ela ainda disse que defende a transparência de todos os recursos para que não sejam “secretos”.
Ao ver a vice integrar o esquema que classificou como “maior esquema de corrupção do planeta”, Simone não se manifestou. Mara disse que “a gravidade que é permitir as emendas de relator e seu mau uso político”.