Réu por corrupção e com bens bloqueados na Operação Lama Asfáltica, o empresário Antônio Celso Cortez, dono da PSG Tecnologia Aplicada, doou R$ 300 mil para a campanha a deputado estadual de Zeca do PT. É o maior valor doado até o momento para os candidatos em Mato Grosso do Sul. O ex-governador criticou a divulgação da história e chamou de “tempestade em copo d’água”.
Cortez fez a transferência do dinheiro para o ex-governador na última quinta-feira (25), conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. É a maior doação de pessoa física para um candidato sul-mato-grossense.
Veja mais:
Sócio da Ice no Detran, Cortez distribuía propina entre esposa, cunhada e sobrinhos de Cance
Réu na Lama Asfáltica, empresário repassou R$ 1,8 milhão em três meses a Polaco
Com bens bloqueados, João Amorim usou amigo para receber mesada de R$ 300 mil da PSG
Rubens Ometto Silveiro Mello, presidente do grupo que engloba Raízen, Cosan e Comgás, doou R$ 100 mil para a candidata a senadora, Tereza Cristina (PP), do Centrão.
O empresário Cândido Botelho Bracher, CEO e acionista do Itaú Unibanco, doou R$ 66.666,67 para o ex-secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), que teve pedido de impugnação da candidatura a deputado federal, e R$ 50 mil ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, candidato a senador do União Brasil. Um dos sócios da Kablin e do refúgio ecológico Caiman, Roberto Luiz Leme Kablin doou R$ 50 mil para Mandetta.
A doação para o ex-governador chamou a atenção porque Cortez foi um dos principais da Operação Lama Asfáltica. Ele ainda é investigado na Operação Motor de Lama, denominação da 7ª fase, na qual a Polícia Federal apura o pagamento de propina por meio do contrato da Ice Cartões com o Detran para o advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Cortez ainda foi denunciado e virou réu junto com o ex-governador André Puccinelli (MDB) na Justiça Federal e na Justiça estadual. Ele chegou a ter R$ 190 milhões bloqueados pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, em substituição na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, por propina paga pela JBS. Também foi denunciado e virou réu na 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
O ex-governador Zeca do PT minimizou as denúncias contra o empresário, que chamou de “amigo”. “Não vejo problema nenhum, não. A doação é uma coisa legítima, legal”, ressaltou o petista.
“Problemas que eventualmente tenha ou está respondendo, problema particular dele”, frisou o petista. “Muito tranquilo com a doação que recebi, por entender com a importância da minha candidatura a deputado estadual”, frisou.
“Ele é um amigo meu, que eu prezo, problema que ele eventualmente tenha ou esteja respondendo na Lama Asfáltica, é referente a outro governo. Não conheço”, esclareceu o petista.
Em seguida, o ex-governador se mostrou furioso com o questionamento. “Meu filho, muito tranquilo, se você quiser criar tempestade em copo d’água, fique absolutamente tranquilo, tchau”, encerrou.
Zeca do PT foi governador do Estado por dois mandatos, deputado federal, deputado estadual e vereador da Capital. Agora, ele tenta retornar à Assembleia Legislativa.