O Tribunal Superior Eleitoral vetou o lançamento de dois candidatos a senador pela coligação de um candidato a governador. A decisão vai obrigar o União Brasil, da candidata Rose Modesto, a optar entre o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), e o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (Avante). O mesmo dilema terá a candidata do PT, Giselle Marques.
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Ao responder à consulta do deputado Waldir Oliveira (União Brasil), de Goiás, pelo placar de 4 a 3, a corte deliberou que uma coligação não poderá lançar dois candidatos a senador. Como neste ano há apenas uma vaga em disputa, cada aliança só poderá apoiar um nome para o Senado. Por outro lado, o TSE permitiu o lançamento de candidatos independentes.
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“Por maioria de votos, os ministros mantiveram a jurisprudência da Corte no sentido de vedar a possibilidade de que as agremiações que se uniram para disputar a vaga de governador formem coligações distintas com o intuito de concorrer ao Senado Federal”, informou a assessoria.
Prevaleceu o voto do ministro Mauro Campbel, que abriu divergência, e foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Carlos Horbach e Benedito Gonçalves. Foram voto vencido o relator, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Sérgio Ganho.
No entanto, caso a coligação não abranja as duas vagas (governador e senador), o Tribunal autorizou os partidos a lançarem candidaturas próprias – fora da aliança – para o cargo remanescente. Assim, também foi confirmada a possibilidade de uma agremiação, sem integrar qualquer coligação, lançar candidata ou candidato ao cargo de senador individualmente.
A decisão vai afunilar a disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul. A chapa de Rose vai ser obrigada a escolher entre Mandetta e Harfouche. O ex-ministro ganhou os holofotes nacionais ao dar entrevista como candidato a senador. Ele se apresentou como principal concorrente da ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), do Centrão.
No entanto, Harfouche já está com a chapa completa. O primeiro suplente será o produtor rural de Chapadão do Sul, Alberto Schlatter (Podemos), e o pastor da Igreja Quadrangular, Jacson Luvizotto (União Brasil). “A Rose já escolheu o Harfouche”, garante o presidente regional do Avante, Lúcio Dami Soares.
Para o dirigente, nunca existiu a possibilidade de ter dois candidatos ao Senado. Caso opte pelo ex-ministro, conforme Soares, Rose poderá perder o apoio do Avante e do Podemos, que estão juntos na disputa. Os três pré-candidatos na chapa de Harfouche são evangélicos.
O mesmo dilema terá Giselle. O PT aposta na candidatura do advogado e professor da UFGD, Tiago Botelho. O PV lançou o publicitário Henrique Medeiros. O PV e o PT fazem parte da federação para apoiar Giselle e Lula. Os dois partidos deverão chegar um consenso com o PCdoB para lançar apenas um nome.
Segundo o presidente regional do PV, Marcelo Bluma, a federação deverá se reunir na próxima semana para começar a trabalhar de fato. O grupo formado pelos dirigentes dos três partidos vão ser responsáveis pelo registro dos candidatos.
Botelho vem percorrendo o Estado desde abril para se apresentar como o senador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se contrapondo ao discurso de Tereza Cristina. Ele vem enfatizando que quem votar no petista, deve optar por um aliado no Senado e não por uma adversária, que pode dificultar o trabalho de Lula.
Os outros cotados para o Senado são o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), Jefeson Bezerra (Agir 36), Marcos Adonis (PSOL) e Wilson Joaquim (PSC).