A ex-ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (PP), do Centrão, vem articulando para que Jair Bolsonaro (PL), troque a candidatura do deputado estadual Capitão Contar (PRTB) pelo ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB). Apesar do parlamentar ter sido fiel ao presidente mesmo em temas espinhosos, como a pandemia e a guerra contra o Supremo Tribunal Federal, a estratégia é de que o presidente o traia publicamente e declare apoio explícito ao candidato de Reinaldo Azambuja (PSDB).
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O apoio ao tucano é dado como certo pelos jornais Correio do Estado, O Globo e Folha de São Paulo. Conforme o jornal local, a deputada federal vem planejando que Bolsonaro venha ao Estado e suba no palanque de Riedel. Em último caso, ele gravaria um vídeo, como fez com Reinaldo nas eleições de 2018.
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Na semana passada, a ex-ministra das Mulheres e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), ao participar do lançamento da Marcha para Jesus, reforçou o papel da progressista na definição do palanque em Mato Grosso do Sul. Ela enfatizou que Tereza Cristina tinha decidido que o candidato de Bolsonaro é Eduardo Riedel.
Capitão Contar e seu aliados procuraram rebater as notícias de que Bolsonaro deverá rejeitá-lo na campanha eleitoral. Houve até a publicação de que tudo não passava de fake news. “Sinceramente, não vejo coerência alguma nessa aliança. Estão esquecendo de consultar o povo, sobretudo, os bolsonaristas, que não engolirão isso assim”, acredita o deputado estadual.
“Isso me parece especulação para lançar uma cortina de fumaça nas eleições que se aproximam. Não é nada oficial e duvido que isso aconteça. Foto com Bolsonaro todo mundo tem. Mas e a conduta? Condiz? Estão fazendo de tudo para o tucano decolar, mas assim como Dória, não convence mais”, ressaltou.
Por outro lado, a assessoria de Eduardo Riedel procurou repercutir a manchete do Correio do Estado e a nota publicada pelo jornal O Globo. O tucano tem repetido uma frase cara ao bolsonarismo: “fechado com Bolsonaro”.
O candidato do PSDB tem repetido a frase apesar do seu partido, oficialmente, sinalizar apoio para a candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MDB). O marido da emedebista, Eduardo Rocha, é secretário estadual de Governo da gestão Azambuja e principal articulador da gestão do tucano em Mato Grosso do Sul.
Apesar da ex-ministra trabalhar contra a sua candidatura, Contar tem insistido que fará candidata para Tereza Cristina a pedido de Bolsonaro. Ele negou que vai trocar a candidatura a governador para ser suplente de senador na chapa da progressista.
Mesmo sozinho, sem a máquina da administração e em chapa pura, Contar está em 5º lugar na disputa estadual. Com 8,2%, conforme a pesquisa do IBP, ele empata tecnicamente com Riedel, que vem percorrendo o Estado desde o ano passado e se gaba de ter o apoio de 71 dos 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul. Contudo, o tucano estaria com 10,4% no Estado e com apenas um dígito em Campo Grande.
O grande risco é Capitão Contar ultrapassar Riedel antes das convenções e dificultar o apoio de Bolsonaro, que não vai querer enfrentar os seguidores para subir no palanque do PSDB. O presidente vai pagar o custo de ser incoerente, considerando-se que a gestão tucana elevou o ICMS sobre a gasolina de 25% para 30%?