A senadora Simone Tebet (MDB) ganhou a capa da revista Veja, que a apresentou como a “nova cara do Centro”. Apesar de pontuar entre 1% e 2% nas pesquisas, a emedebista está otimista que irá ao segundo turno e irá vencer as eleições presidenciais deste ano. Só que, na prática, a ex-prefeita de Três Lagoas não está com dificuldades apenas de conquistar o apoio do PSDB.
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A revista é famosa por apostar em nomes para disputar a presidência da República, como Fernando Collor de Mello, o ex-senador Aécio Neves, o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, o ex-juiz Sergio Moro, entre outros.
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Simone passou a ser a grande apostar para romper a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar dos dois concentrarem 75% dos votos a quatro meses das eleições, um grupo de empresários e políticos do MDB, Cidadania e do PSDB ainda acreditam em um milagre.
“Vamos para o segundo turno e venceremos as eleições”, afirmou a senadora à revista. Apesar de ter 1% na maioria das pesquisas, ela apresenta um otimismo só comum aos políticos. No entanto, a própria Veja reconhece que a tarefa não será fácil. “Arroubos otimistas à parte, a pouco menos de cinco meses do pleito, a candidatura só vai decolar caso consiga uma ascensão fulminante daqui para a frente”, ressalta a revista.
Em seguida, a Veja enumera os pontos fortes da candidatura de Simone Tebet:
- Baixa rejeição – apenas 16% dos eleitores afirmam que conhecem a senadora e não votariam nela. É a menor taxa de rejeição entre todos os presidenciáveis.
- Eleitorado a explorar – 78% do eleitorado não conhece a senadora, o que, em tese, significa um grande contingente com potencial para ser conquistado na campanha eleitoral.
- Voto feminino – Tebet é a única mulher de um partido competitivo na disputa pela Presidência (as outras são Vera Lúcia, do PSTU, e Sofia Manzano, do PCB). As mulheres (53% do eleitorado) são um dos segmentos que mais rejeitam o governo Bolsonaro (50% têm avaliação negativa da gestão)
- Nome de consenso – A senadora foi a única dos pré-candidatos do centro democrático que conseguiu a aprovação dos presidentes dos três partidos que discutem candidatura única – MDB, PSDB e Cidadania.
Por outro lado, o periódico apresenta os pontos fracos da emedebista, como o fato de ter votado para livrar o então senador Aécio Neves (PSDB) da prisão quando foi flagrado pedindo R$ 2 milhões para o executivo da JBS, Joesley Batista. Apesar da mala de R$ 2 milhões ter sido apreendida, o tucano foi absolvido.
Confira os pontos fracos, segundo a Veja:
- Baixa votação – Desde que o seu nome foi lançado, em novembro, nunca teve mais que 2% das intenções de voto. No segundo turno, é a candidata menos competitiva — tem 17%, contra 58% de Lula.
- Partido rachado – O MDB é dividido entre Lula, Bolsonaro e candidatura própria. A sigla nunca caminhou unida com seu candidato (Ulysses Guimarães em 1989, Orestes Quércia em 1994 e Henrique Meirelles em 2018).
- Poucos palanques – Nos dez maiores colégios eleitorais, o MDB é favorito apenas no PA (Helder Barbalho) e o PSDB tem chances em SP (Rodrigo Garcia), RS (Eduardo Leite) e PE (Raquel Lyra).
- Em cima do muro – A senadora tem posições dúbias em temas como aborto, indígenas e combate à corrupção. Votou a favor da reforma trabalhista e do teto de gastos, mas contra a privatização da Eletrobras. Defendeu a cassação de Dilma, mas rejeitou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) pelo STF.
Apesar do destaque na Veja, Simone ainda precisa conquistar o apoio do PSDB. Os tucanos exigem a retirada das candidaturas do partido em Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul, segundo o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.
Na quinta-feira, em Campo Grande, Simone descartou retirar a candidatura de André Puccinelli. “O André é meu candidato”, reafirmou. No entanto, o ex-governador evitou participar de evento ao lado da presidenciável.
André estaria magoado com Simone e vem procurando manter distância da senadora. Enquanto o ex-governador lidera as pesquisas no Estado, com 22,4%, Simone fica com menos de 5%.
O PSDB havia decidido anunciar o apoio no último dia 24, mas adiou para a próxima quinta-feira (2). No entanto, a expectativa é de que o apoio tucano, se for efetivado, só ocorra no final de julho, quando a sigla realizará a convenção nacional.