O ex-governador Zeca do PT anunciou que será candidato a deputado estadual nas eleições deste ano. Maior estrela petista, ele abriu mão da disputa do Governo do Estado em decorrência de estar inelegível. Com a decisão, ele poderá voltar à Assembleia Legislativa após 24 anos, de onde saiu para assumir o Governo do Estado após a vitória histórica em 1998, a primeira da esquerda em Mato Grosso do Sul.
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Primeiro deputado estadual eleito pelo PT no Estado em 1990, com 4.217 votos. Na época, aguerrido e polêmico, ele era o maior opositor da gestão de Pedro Pedrossian. Zeca acabou sendo reeleito em 1994 com 7.768 votos, e manteve a combatividade, tornando-se referência na oposição ao governador Wilson Barbosa Martins (MDB).
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Em 1998, ele acabou surpreendendo ao superar Pedro Pedrossian e garantir vaga no segundo turno. Mesmo com todos os meios de comunicação, as “forças produtivas”, a maioria absoluta dos prefeitos, a máquina do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande, Zeca derrotou Ricardo Bacha, na época no PSDB, no segundo turno ao obter 61,27% (548.040 votos).
Bacha na época tinha estrutura até melhor do que Eduardo Riedel (PSDB), o candidato apoiado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e por 71 prefeitos, conforme divulgação feita pela assessoria. Há 24 anos, a campanha tucana tinha uma vantagem, o apoio da Prefeitura da Capital, comandada por Juvêncio César da Fonseca (MDB).
Em 2002, Zeca enfrentou uma disputa duríssima e acirrada com a então deputada federal Marisa Serrano (PSDB). Ele acabou vencendo a tucana no segundo turno, com 581.545 votos (53,74%).
A carreira de êxitos acabou sendo interrompida em 2010, quando o petista foi derrotado no primeiro turno por André Puccinelli (MDB). Ele obteve 534.601 votos (42,5%).
Em 2012, Zeca do PT acabou disputando o cargo de vereador de Campo Grande e acabou eleito como o parlamentar mais votado, com 13.010 votos. “Fui o vereador mais votado até hoje de Campo Grande”, gaba-se.
Dois anos depois, o ex-governador obteve nova vitória ao ser eleito deputado federal com 160.556 votos. Há quatro anos, na esteira do desgaste do PT, Zeca acabou perdendo a disputa do Senado ao ficar em 5º lugar, com 294.059 votos. A derrota acabou abalando o petista, que chegou a anunciar a aposentadoria da vida política.
Em 2020, ele ensaiou sair candidato a prefeito de uma cidade do interior, como Sidrolândia ou Bela Vista, onde teve votação expressiva na disputa anterior. No entanto, acabou desistindo e manteve o propósito de não disputar mais eleições.
Zeca do PT acabou mudando de ideia com a reabilitação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. No mês passado, a ONU também deu vitória ao petista ao considerar que o ex-juiz Sergo Moro (União Brasil) agiu com parcialidade no julgamento e não garantiu ao ex-presidente um julgamento justo.
Só que a animação do ex-governador esbarrou na inelegibilidade devido à condenação por turma do Tribunal de Justiça. O relator foi o desembargador Sérgio Martins. Zeca tentou reverter a decisão, mas não conseguiu. Para recuperar os direitos políticos, ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. O pedido aguarda análise, desde o ano passado, do ministro Benedito Gonçalves.
Caso não consiga ter o pedido julgado até as eleições, o advogado Ronaldo Franco antecipa que Zeca poderá obter liminar para disputar as eleições. Como candidato a deputado estadual, ele terá menos exposição e correrá menos risco de perder votos devido ao risco deles serem anulados.
O PT decidiu lançar a advogada Giselle Marques (PT) para disputar o Governo e o advogado Tiago Botelho (PT) para o Senado. Os partidos aliados, como PV, PCdoB, PSOL e Rede, podem indicar o candidato a vice.