A massa falida da Bigolin, composta por quatro empresas, acumula dívida de R$ 68,718 milhões apenas com a União em tributos, débitos previdenciários e dívidas trabalhistas. O valor é três vezes superior ao montante arrecadado com o leilão de 247 mil itens, realizado entre os dias 8 de março deste ano e 12 deste mês, conforme a informação repassada pela leiloeira nesta semana à Justiça.
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O valor arrecado não inclui o prédio símbolo da loja, que fica na Rua 13 de Maio, e teve a comercialização suspensa por erro na definição do valor de mercado. Avaliado em mais de R$ 14 milhões, o imóvel deverá ir a nova praça após a correção dos erros. A data será definida pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Recuperações, Falências e Insolvências.
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Antes do cálculo da dívida milionária com o Governo federal, o saldo devedor do grupo superava R$ 116 milhões. Nesta semana, a Procuradoria da Fazenda Nacional reuniu as 136 inscrições da Bigolin, da Casa Plena, Nara Rosa e D&D Comércio de Construção e apresentou a planilha com a dívida, que somou R$ 68.718.130,44. A maior parte, R$ 58,6 milhões, refere-se ao crédito tributário.
De acordo com a procuradora Izaura Lisboa Ramos, o grupo deixou de recolher R$ 2,944 milhões em FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e R$ 8,131 milhões em multas.
A Prefeitura de Campo Grande informou que a massa falida acumula R$ 1,713 milhão em dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS. Somente na área trabalhista, são 344 ações que somam R$ 25,820 milhões.
O valor arrecadado com o leilão não deverá cobrir nem metade da dívida da Bigolin. De acordo com a leiloeira, foram arrecadados R$ 19,8 milhões com o leilão. Mesmo com a venda do prédio principal, o montante arrecadado chegará a R$ 35 milhões e não chegará a um terço do débito total.
Com as empresas liquidadas e sem perspectiva de novas receitas, mais da metade da dívida corre o risco de não ser quitada.