A proliferação de mentiras para desqualificar os principais candidatos – André Puccinelli (MDB), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (União Brasil) – marca o início da campanha para o Governo de Mato Grosso do Sul, que promete ser uma das mais disputadas em quatro décadas. O ex-prefeito de Campo Grande conseguiu liminar na Justiça para remover fake news da rede mundial de computadores e até um perfil falso na rede social.
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Para atacar Marquinhos, dois sites espalharam que o secretário municipal adjunto de Governo, Robson Gatti, foi investigado e denunciado na farra do uso de telefones celulares públicos, desvendada na Operação Oba Oba. Esses crimes ocorreram há 15 anos, em 2007, e envolveram cinco pessoas. Em nenhum momento, houve a menção ao assessor do município.
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“A gente fica impotente e surpreso, porque nunca fui investigado nem fui funcionário do Governo do Estado”, afirmou Gatti. Para atingir o candidato a governador, os sites GDS News e Impacto Mais usaram a foto dos dois. “O único meio (de lutar contra fake news) é a Justiça”, afirmou o secretário-adjunto.
A juíza Mariel Cavalin dos Santos, da 16ª Vara Cível, alertou para o risco de as mentiras “macular seriamente a imagem”. No entanto, ela decidiu analisar o pedido de tutela de urgência somente após a manifestação da outra parte. Marquinhos e Gatti recorreram ao Tribunal de Justiça e conseguiram a liminar junto ao desembargador Odemilson Roberto Castro Fassa.
“De fato, as matérias destoam da intenção de mera exposição de notícias à população, eis que possuem conteúdo que extrapola o caráter informativo da matéria jornalística e, consequentemente, indicam abuso de direito e prática de ato ofensivo à honra dos agravantes”, pontuou o magistrado na liminar concedida na terça-feira (26).
“Extrai-se de sobredito conteúdo que as publicações não se tratam de simples divulgação da existência de procedimento investigativo, mas sim de atribuir qualidades negativas aos agravantes, eis que sem veicular termos que transbordam os exercício da liberdade de imprensa. Portanto, as matérias levam a crer que a intenção dos agravados é outra que não somente o caráter informativo e de interesse público que deve revestir o conteúdo de publicações deste jaez”, concluiu.
Fassa determinou a remoção das fake news em 24 horas sob risco de multa diária de R$ 10 mil, ficando definido o valor máximo de R$ 300 mil. Mesmo sendo mentira, a notícia passou a ser multiplicada nos grupos de aplicativo.
Marquinhos também teve um perfil falso publicado, inclusive com o número do partido (55), no Facebook. O juiz eleitoral Wagner Mansur Saad determinou à Meta, dona da plataforma, a remoção imediata do perfil falso. Marquinhos alegou que o falso perfil poderia causar prejuízos ao induzir os eleitores a erro. A multa pelo descumprimento será de R$ 30 mil por dia.
O ex-prefeito não é único favorito a sofrer ataques. A deputada federal Rose Modesto contou que também passou a ser alvo de fake news. Ela contou que nem sua vida pessoal é poupada pelos autores dos ataques. “O que mais machuca a gente é que envolve outras pessoas”, lamentou a candidata, ressaltando que o político é mais acostumado a enfrentar críticas e boatos.
A ex-tucana conta que sofre com um fake news antigo, que persiste desde 2016, quando disputou a prefeitura de Campo Grande. Na ocasião, espalharam que ela iria terceirizar a saúde de Campo Grande. A mentira, segundo a deputada, custou-lhe os votos dos profissionais da saúde.
Outro tema espinhoso, conforme Rose, foi o voto da LDO, que estava incluído o aumento do Fundo Especial das Eleições para R$ 5,7 bilhões. Ela explica que votou a favor do projeto do orçamento, não do aumento no fundão. A candidata reafirmou que, quando houve a inclusão da proposta no fim do ano, ela votou contra o aumento do fundão.
O ex-governador André Puccinelli também diz que foi vítima de fake news. “Vem sendo vítima de fake news desde 2018, inclusive recentemente quando foi divulgado que ele deixaria a candidatura para ser suplente de senador”, informou a assessoria do emedebista. O caso é o boato de que ele aceitaria ser primeiro suplente de senador da ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em um acordo para apoiar a candidatura a governador de Eduardo Riedel.
“Uma irresponsabilidade e um crime contra a democracia e a escolha dos cidadãos”, afirmou Puccinelli. Até o momento, o ex-governador diz que ignorou complementar os fake news.
A candidata do PT, Giselle Marques, informou que até o momento não foi alvo de noticias falsas. O candidato a governador do PSDB, Eduardo Riedel, foi procurado, mas não se manifestou até o momento se já foi alvo de fake news.