Oficializada como pré-candidata a governadora de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, a advogada Giselle Marques (PT) promete ter o zoneamento ecológico-econômico como principal instrumento de gestão, para aliar o desenvolvimento econômico e a geração de empregos com a preservação do meio ambiente. Filiada ao partido desde os 16 anos, em 1986, ela substitui o ex-governador Zeca do PT e participa, pela primeira vez, de uma disputa eleitoral.
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Advogada formada na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), com mestrado e doutorado em Direito e pós-doutorado em Meio Ambiente, Giselle é professora universitária e ministra aulas no curso de pós-graduação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Uniderp. Ela vai ser candidata com o apoio do PV e do PCdoB, que integram a federação formada com o PT.
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Pela primeira vez, além do social, a candidata petista vai colocar a preservação do meio ambiente como carro chefe do programa de Governo. Mato Grosso do Sul tem 63% do Pantanal, considerado patrimônio natural da humanidade, e Bonito, considerado um dos paraísos naturais mais belos do País.
“Pretendo ‘salvar’ o Pantanal que arde em chamas a cada ano, enquanto o governo desmonta a proteção ambiental e as brigadas antiincêndio”, afirmou.
“Eu me sinto preparada para governador Mato Grosso do Sul”, enfatizou Giselle, destacando que o zoneamento ecológico-econômico será o principal instrumento de gestão. Ela também prometeu investir no combate à fome, um dos graves problemas atuais do País em decorrência da volta da inflação e do encarecimento dos alimentos.
“A prioridade é que as pessoas possam voltar a fazer três refeições por dia. No estado que tem mais boi do que gente, os sul-mato-grossenses não conseguem comer carne. Vou desenvolver políticas públicas de inclusão social e focar no ecoturismo”, prometeu. Ela destacou os programas sociais implantados na gestão de Zeca, como o Bolsa Escola, o cursinho popular e o segurança alimentar.
Giselle lamentou a utilização da Justiça como instrumento de perseguição política, já que esta foi a causa da retirada da candidatura a governador de Zeca do PT. O ex-governador foi condenado por improbidade administrativa em um julgamento conduzido pelo desembargador Sérgio Martins. Ele tenta anular a decisão no Superior Tribunal de Justiça.
Para a pré-candidata petista, o ex-governador, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e André Puccinelli (MDB) foram vítimas de processos judiciais que “não são de interesse da democracia”. Lula foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL), principal beneficiado pela prisão do petista, e agora é pré-candidato a presidente da República.
Giselle Marques foi secretária-geral da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), superintendente do Procon e gerente de licenciamento ambiental do Imasul na gestão de Zeca do PT. A advogada foi presidente e atua como voluntário do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza.
Durante o discurso de apresentação, Giselle afirmou que pretende iniciar a campanha por Mundo Novo, cidade que foi administrada por Dorcelina Folador. A prefeita petista foi executada a tiros no final dos anos 90. “A Dorcelina não tinha medo de defender as nossas bandeiras”, destacou.
A coordenadora do programa de Governo será a ex-secretária estadual de Assistência Social, Heloísa de Castro Berro.
O PT também definiu que o candidato a senadora será o advogado e professor da UFGD, Tiago Botelho. O jovem advogado promete se contrapor a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP).
Com a oficialização de Giselle, a disputa do Governo de MS passa a contar com duas mulheres. A outra pré-candidata a governadora é a deputada federal Rose Modesto (União Brasil). As opções ainda incluem André Puccinelli, Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB) e Marquinhos Trad (PSD).