A menos de seis meses das eleições, 43,3% dos eleitores de Mato Grosso do Sul não têm candidato a senador, segundo pesquisa do Instituto Ranking Brasil. Essa maioria ameaça o favoritismo da ex-ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (PP), famosa por defender a liberação indiscriminada de agrotóxico e ser conhecida como “musa veneno”, e é uma avenida de oportunidade para quem entrar na disputa.
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Conforme o levantamento, realizado com 3 mil eleitores entre os dias 5 e 9 deste mês e com margem de erro de 1,8%, Tereza lidera com 38,4% no único cenário pesquisado. O instituto não incluiu os nomes do procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (Avante) e do advogado Tiago Botelho (PT).
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O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD) ficou com 10%, seguido pelo ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos (MDB), e da advogada Giselle Marques (PT), com 2,1%. O levantamento excluiu Simone Tebet (MDB), que ainda pode disputar a reeleição.
Como o levantamento feito em fevereiro teve mais candidatos, não é possível comparar a evolução dos pré-candidatos. Tereza tinha 20,3% e agora tem 38,4%, mas em um cenário em que o eleitor não tem muita opção. Odilon foi apresentado como ex-juiz, apesar de ser aposentado, e oscilou de 6,5% para 10%.
Na espontânea, em mais um sinal de que a eleição pode lhe revelar surpresas, a ex-ministra da Agricultura tem 10,5%. Ela fica atrás da deputada federal Rose Modesto (União Brasil), que vai disputar o Governo, e ainda caiu em relação a fevereiro, quando tinha 11,4%.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), que deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, ficou em terceiro , com 8,1%. Odilon obteve 3,5%, seguido por Waldeli com 3,5%.
Registrada no TSE com os números BR-04569/2022 e MS-09921/2022, a pesquisa é um mau sinal para Tereza Cristina. A maioria dos eleitores não consideram votar na ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL), que trocou o União Brasil pelo Progressistas para fazer parte do Centrão, como é conhecido o grupo notório para fazer articulações nada republicanas no Congresso Nacional.
Os próximos levantamentos serão decisivos para mostrar se o favoritismo da deputada federal vai ser confirmado ou não. Pelo menos outros dois candidatos devem ir às urnas defendendo Bolsonaro, Harfouche, que inclusive foi às redes sociais seguir Bolsonaro na defesa de temas polêmicos, como a não vacinação de crianças contra a covid-19. O juiz Odilon declarou apoio ao presidente nas eleições de 2018 e mantém a linha de direita.
Já Botelho vem se apresentando como o candidato a senador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se contrapondo às pautas de Tereza Cristina. Ele já questionou o fato da deputada, quando no comando do Ministério da Agricultura, não ter atuado para reduzir o preço dos alimentos nem ter medidos esforços para impedir a escalada de incêndios no Pantanal.
Com a definição dos pré-candidatos, o eleitor vai começar a bisbilhotar a trajetória e propostas para não votar no escuro. Até o momento, estão colocados como pré-candidatos Tereza Cristina, Sergio Harfouche, Odilon de Oliveira, Tiago Botelho e Waldeli dos Santos. Simone ainda pode entrar como opção do MDB no lugar do ex-prefeito de Costa Rica.