A velha guarda do MDB já articula para vetar a candidatura a presidente da República de Simone Tebet, de acordo com a revista Veja. Em entrevista ao periódico, o senador Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, avisou que a senadora não terá o aval para “brincar” de presidenciável. Por outro lado, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), anunciou apoio ao nome da conterrânea para disputar a sucessão de Jair Bolsonaro (PL).
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De acordo com a revista, os caciques do MDB se uniram para vetar a candidatura de Simone. A suposta articulação conta com o aval do ex-presidente José Sarney, do senador Jader Barbalho (Pará) e dos ex-senadores Eunício Oliveira (Ceará) e Romero Jucá (Amapá).
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O grupo avalia que a senadora não vai ter a chance de repetir o fiasco do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirreles, que fez 1% em 2018 e levou o partido a eleger apenas 34 deputados federais. A sigla quer destinar os R$ 300 milhões do fundo eleitoral para reforçar a bancada no legislativo e retomar o poder de barganha do passado.
“O MDB não pode brincar de terceira via e apresentar um candidato sem competitividade. Já vimos esse filme e pagamos um preço altíssimo por ele na última eleição”, afirmou Calheiros, em entrevista à Veja.
“O MDB não pode brincar de terceira via e apresentar um candidato sem compe[1]titividade. Já vimos esse filme e pagamos um preço altíssimo por ele na última eleição. Nosso candidato (Henrique Meirelles, em 2018) teve 1% dos votos e massacrou a bancada. O MDB teve suas bancadas reduzidas pela metade na Câmara e no Senado”, reforçou. ]
“A Simone indiscutivelmente é uma grande senadora, um quadro respeitável, mas, se ela não mexer na fotografia das pesquisas, é melhor apoiar o Lula. Essa eleição tem um significado único: apoiar o Lula ou não ter candidato. Não podemos ter um Meireles 2”, vaticinou.
De acordo com a revista, Renan Calheiros conta com o apoio de 14 dos 27 diretórios estaduais do MDB para barrar a candidatura de Simone na convenção nacional. No entanto, os caciques planejam retirá-la do páreo antes, no final de maio.
A falta de apoio no MDB vai enfraquecer Simone como a candidatura da terceira via, que incluiria o PSDB e a União Brasil. A respeito, Calheiros alertou que não adianta ter um bilhão e meio e não passar de 1% a 2% nas pesquisas. Ele crê que somente Lula poderá derrotar Bolsonaro.
Por outro lado, Simone conquistou o apoio público de Mandetta, que já cogitou disputar a Presidência da República, mas desistiu após cair nas pesquisas. O ex-ministro elogiou a senadora em entrevista ao Uol.
Para Mandetta, a sul-mato-grossense é uma profissional maravilhosa e de uma escola política solidificada, já que é filha do ex-presidente do Senado, Ramez Tebet. Ele destacou que ela está totalmente preparada.
“Tem conhecimento de sobra da realidade brasileira e internacional. Eu a vejo com muita competência, desses nomes, seria a principal possibilidade neste momento”, avaliou o ex-ministro da Saúde.
Mandetta ponderou sobre a grande rejeição do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Na sua avaliação, o tucano é aquele nome que ninguém quer ser aliado, porque arrasta o candidato para baixo. Ele definiu que o candidato vai viver um pesadelo caso seja obrigado a fazer campanha ao lado de Doria.
“A Simone dá conforto”, avaliou, classificando-a como uma mulher preparada e fácil de fazer campanha ao lado da emedebista. No entanto, a União Brasil pretende lançar o deputado federal Luciano Bivar, seu atual presidente, já que o ex-juiz Sergio Moro tem veto de importantes lideranças do partido.