Com a desistência do ex-governador Zeca do PT, em decorrência da inelegibilidade, o Partido dos Trabalhadores avalia lançar um nome novo para disputar o Governo nas eleições deste ano. Petista histórica, a advogada, professora universitária e doutora em meio ambiente Giselle Marques deve ser a candidata a governadora da sigla e garantir um palanque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Mato Grosso do Sul.
[adrotate group=”3″]
Esta é a primeira vez que o PT deverá lançar, em sua história, uma mulher para disputar o cargo em MS. Mesmo com personagens femininos marcantes, como a ex-prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador, que foi brutalmente assassinada, a sigla nunca lançou mulheres para o Governo nem para a Prefeitura de Campo Grande.
Veja mais:
Advogado de Dourados surge como opção no PT para defender Lula e enfrentar Tereza Cristina
Mulheres do PT lançam advogada para ser a pré-candidata a “senadora do Lula” em MS
Inelegível, Zeca retira candidatura e PT busca outro nome para garantir palanque a Lula em MS
O nome de Giselle começou a ser cogitado na quarta-feira (6), durante reunião da executiva. Inicialmente, ela cogitava ser candidata a senadora na vaga de Simone Tebet (MDB). “Eu terei muita alegria em ser a representante do projeto civilizatório e democrático que vem sendo defendido pelo companheiro Lula, em nível nacional”, afirmou, sinalizando estar disposta a aceitar o desafio.
Na primeira disputa de um cargo eletivo, Giselle vai enfrentar o ex-governador André Puccinelli (MDB), que vai disputar o cargo pela 3ª vez, o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), com dois mandatos de prefeito e três como deputado estadual, o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), e o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), que também estará na primeira eleição, mas tem o apoio da máquina estadual, e Rose Modesto (União Brasil), com tempo de televisão e dinheiro de sobra do fundo partidário.
Para conquistar o sul-mato-grossense, Giselle Marques, que ficou em terceiro lugar na disputa da OAB/MS, ensaia um discurso mais amplo. “O PSDB demonstra que a gestão do estado está ocorrendo sem planejamento estratégico, sem respeito ao meio ambiente e às necessidades sociais do povo. Precisamos, por exemplo, definir as áreas que têm vocação para o ecoturismo. Não dá para aceitar plantação de soja na Serra da Bodoquena”, pontuou.
“Estou preocupada com o encerramento das atividades da Vale, em Corumbá. Se eleita, chamarei o Ministério Público para acompanharmos esse processo, de forma a garantir que o passivo ambiental e também os direitos dos trabalhadores sejam respeitados”, afirmou, sobre o temor de que a companhia encerra a atividade em Mato Grosso do Sul após décadas.
“A prioridade deve ser as políticas de inclusão social, para que as pessoas voltem a ter comida no prato. Quero chamar os produtores rurais para conversarmos sobre mecanismos nessa direção. Mato Grosso do Sul é forte na agricultura e na pecuária, e é inadmissível que as pessoas não consigam mais acesso aos alimentos”, disse, começando a definir as prioridades.
“Vou colocar o zoneamento econômico ecológico como um importante instrumento de gestão, e chamar a sociedade para implementá-lo”, prometeu.
Giselle Marques nasceu em Campo Grande e cresceu em Corumbá. Ele se formou em Direito na FUCMAT (atual UCDB) e é filiada ao PT desde os 16 anos de idade. “Nunca abandonei essas bandeiras, mesmo nos piores momentos, em que acusavam o PT de corrupção. Os programas sociais e os resultados da administração do Lula na economia falam por si”, ressaltou.