Simone Tebet (MDB) foi a única senadora de Mato Grosso do Sul que assinou o requerimento propondo a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. A proposta não contou com o aval dos senadores Nelsinho Trad (PSD) e de Soraya Thronicke (União Brasil).
[adrotate group=”3″]
De acordo com o autor da proposta, senador Randolfe Rodrigues (Rede), do Amapá, os fatos “são gravíssimos e merecem ser rapidamente apurados pelo Senado”. O presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra a investigação e pressionou os integrantes da base aliada para não endossar a proposta de abertura de inquérito no parlamento.
Veja mais:
Sem cargo oficial, Simone Tebet brilha na CPI da Covid e ganha destaque na mídia nacional
Simone Tebet é a única de MS a assinar pedido para prorrogar CPI da Covid no Senado
Soraya assina CPI da Covid para ampliar investigação aos prefeitos e governadores
“O fato de o governo federal aparentemente priorizar prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores que não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC é um acinte dentro de um Estado que se diga republicano e de Direito, que não deveria guardar preferências senão aquelas puramente apontadas pela técnica e pelo melhor interesse público”, afirmou Rodrigues.
A CPI deverá investigar a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC. Os religiosos faziam lobby com a pasta para a liberação de recursos para prefeituras. Em troca, os pastores recebiam propina – em um caso, chegaram a pedir 1 kg de ouro e até a distribuição gratuita de bíblias.
A Comissão de Educação do Senado já tem ouvido depoimentos sobre o caso. A cobrança de propina foi confirmada por três prefeitos.
Outro escândalo é a suposta compra superfaturada de ônibus escolares. O certame foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União. O presidente do FNDE, Marcelo Ponte, foi ouvido nesta quinta-feira (7) pelos senadores sobre o possível sobrepreço de R$ 732 milhões em um pregão para compra de ônibus escolares.
Nesta quinta, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, falou com senadores para tentar barrar a coleta de assinaturas pró-CPI. Ciro, que tem poder para liberar recursos do Orçamento a parlamentares, tem ligação direta com a distribuição de recursos.
O presidente Jair Bolsonaro também tentou desacreditar as denúncias ao falar sobre o escândalo da licitação de sobrepreço de ônibus escolares. O liberal ressaltou que não houve corrupção porque a compra dos veículos não foi concluída.