A largada da disputa do Governo de Mato Grosso do Sul foi marcada pela confirmação de que Marquinhos Trad (PSD) vai mesmo para a disputa com o ex-governador André Puccinelli (MDB), o tucano Eduardo Reidel, a deputada federal Rose Modesto (União Brasil) e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB). Outro fato foi o enfraquecimento do MDB, que perdeu o deputado estadual Paulo Duarte.
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Marquinhos teve a coragem que faltou a André em 2002. Na ocasião, mesmo liderando as pesquisas, o emedebista optou por continuar no comando do município e concluir o mandato. Ele decidiu apoiar Marisa Serrano (PSDB), que perdeu no segundo turno em uma disputa acirradíssima com Zeca do PT.
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Ao renunciar dois anos e meio de mandato, Marquinhos destacou que era uma decisão difícil. “O que me move a desligar da prefeitura, é uma missão maior. Conversei com muitas pessoas, de todas as classes sociais. Ouvi muito a minha cidade e o clamor geral por mudança foi um dos motivos que mais fortaleceu essa decisão. Por isso, não estou dizendo adeus Campo Grande, mas sim, até breve”, afirmou, ao oficializar a renúncia nesta sexta-feira.
Advogado com 57 anos, o ex-prefeito é advogado e começou na política como vereador em 2004. Irmão do senador Nelsinho Trad, do deputado federal Fábio Trad e tio do vereador Otávio Trad, ele foi secretário municipal de Assuntos Fundiários da prefeitura. Foi deputado estadual por três mandatos (2006, 2010 e 2014).
Em 2016, foi eleito prefeito de Campo Grande. Ele obteve 58,77% dos votos e derrotou a candidata Rose Modesto, então no PSDB, no segundo turno. Em 2020, foi reeleito no primeiro turno, com 52,58% dos votos.
Mesmo as pesquisas mostrando uma disputa equilibrada, com nenhum candidato com uma vantagem acima de dois dígitos, a candidatura de Marquinhos se transformou no principal alvo dos adversários nos últimos dias. Veículos de comunicação passaram a criticar a sua gestão no comando do município.
Nos últimos dias, a polêmica foi o fato do prefeito ser evangélico. O caso até ganhou destaque na coluna do ex-secretário estadual de Fazenda na gestão de Puccinelli, Mário Sérgio Lorenzetto. Ele repercutiu artigo do jornalista Dante Filho, que teria dados detalhes de suposto encontro entre Marquinhos e Reinaldo.
O partido André chega ao fim da janela partidária menor com a redução na bancada do MDB na Assembleia Legislativa. O deputado Eduardo Rocha, marido da senadora Simone Tebet, trocou o legislativo pelo cargo de secretário estadual de Governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) – isso significa que ele passou a ser o principal articulador político do tucano.
O substituto de Rocha, Paulo Duarte deixou o MDB para não apoiar a candidatura de Puccinelli. Ele cogitou se filiar ao PDT e ao PSDB para apoiar Riedel. No apagar das luzes, o ex-prefeito de Corumbá decidiu se filiar ao PSB, sinalizando que a sigla poderá trocar Marquinhos pelo candidato tucano.
O MDB passa a contar com apenas dois deputados, Márcio Fernandes e Renato Câmara. A sigla já tinha encolhido na última eleição com a derrota de Waldemir Moka no Senado e não ter eleito nenhum deputado federal.
O PSDB perdeu dois deputados, Felipe Orro, que se filiou ao partido de Marquinhos, e Professor Rinaldo, que se filiou ao Podemos. No entanto, o ninho tucano acabou ganhando dois, Zé Teixeira, que deixou o União Brasil, e Jamilson Lopes, que saiu do PDT há dois anos.
O Solidariedade ficou sem ninguém na Assembleia ao perder também Herculano Borges, que dobrou a bancada do Republicanos, que já contava com Antônio Vaz.
O PP tinha dois deputados e ganhou mais dois, com a filiação de Londres Machado e Barbosinha. O PL tinha um, João Henrique, e ganhou mais dois, Neno Razuk e Coronel David. O PRTB não tinha nenhum e passou a contar com o Capitão Contar.
A discussão das federações ainda pode repercutir em Mato Grosso do Sul. No entanto, as divergências regionais devem pesar muito e dificilmente o atual cenário deverá sofrer grandes mudanças.