Acusado de simular um atentado para ganhar musculatura política nas eleições de 2020, o deputado federal Loester Trutis trocou o União Brasil pelo PL e ganhou fôlego ao ser definido como o representante do “time” da bancada leal a Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso do Sul. O deputado conseguiu apoio mais explícito que outro fiel escudeiro, Dr. Luiz Ovando, que não acompanhou o presidente e vai se filiar ao Partido Progressistas.
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Isolado no PSL, que se fundiu com o DEM para formar o União Brasil, Trutis teve dois tropeços nos últimos dois anos. O primeiro foi não ter conseguido ser candidato a prefeito da Capital. Ele acabou sendo preterido pelo então vereador Vinicius Siqueira e perdeu a disputa na Justiça Eleitoral.
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O segundo tropeço foi o suposto atentado a bala ocorrido em fevereiro de 2020. Na ocasião, a caminho de Sidrolândia, o deputado denunciou que foi perseguido por uma caminhonete e teve o veículo atingido por vários tiros. Na ocasião, defensor do porte de armas, o parlamentar garantiu que só não morreu porque reagiu aos tiros.
No entanto, investigação da Polícia Federal, que já foi muito elogiada pela eficiência pelo deputado federal, concluiu que Trutis e o assessor, Ciro Nogueira, simularam um atentado para chamar a atenção. O Ministério Público Federal pediu o indiciamento de Trutis por falsa comunicação de crime, disparo de arma de fogo em via pública e porte ilegal de arma.
Com vistas às eleições deste ano, Trutis anunciou que planejava disputar o Governo e se filiaria ao PTC. O plano de disputar um cargo no executivo nem saiu do papel.
Na semana passada, Bolsonaro gravou um vídeo ao lado do parlamentar e lhe agradeceu por trocar o União Brasil pelo PL. “Tio Trutis, muito obrigado pela confiança”, afirmou o presidente, repetindo o slogan da campanha eleitoral de 2018.
Na segunda-feira, os parlamentares mais fieis a Bolsonaro, capitaneadas pela deputada federal Carla Zambelli, oficializaram a filiação ao PL e a formação do “time da frente de lealdade” ao presidente Jair Bolsonaro. O grupo de fieis terá um representante em cada estado e o escolhido para ser o candidato de Bolsonaro a deputado federal em MS foi Trutis.
“Tenho muito orgulho de ser o nome que representará o nosso Estado”, postou Trutis, que ganha um apoio importante para a disputa que terá uma penca de favoritos, que vão desde os deputados federais Fábio Trad (PSD), Beto Pereira (PSDB) e Vander Loubet (PT), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), entre outros.
Dr. Ovando vai se filiar o Progressistas neste domingo junto com a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina. Ela deixará o União Brasil para assumir o comando da nova legenda e disputar o Senado.
Outra mudança de olho na disputa de uma vaga na Câmara dos Deputados foi de Flávio Cabo Almi, filho do ex-deputado estadual Cabo Almi (PT). Ele trocou o Partido dos Trabalhadores para entrar na disputa por uma das oito vagas pelo Podemos.
“Após muito diálogo com a família e com os companheiros desejo fazer o anúncio da minha saída do Partido dos Trabalhadores. A princípio, com o meu pai ainda em vida, nosso projeto era que eu sairia candidato pelo partido do PT, com o trágico acontecimento do seu falecimento, o cenário político mudou”, afirmou, em comunicado para justificar a desfiliação do PT após 18 anos.
E o prazo para mudanças ainda vai até 2 de abril deste ano.