O depoimento da testemunha secreta na Operação Omertà, que foi cozinheira da família Name, poderá ser usado no júri sobre a execução do chefe de segurança da Assembleia Legislativa, o policial militar Ilson Martins Figueiredo. A decisão é do juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que negou pedido da defesa do empresário Jamil Name Filho.
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O filho de Jamil Name pediu a exclusão do depoimento, no qual a testemunha apontava a disputa do jogo do bicho em Campo Grande como causa da morte de Daniel Alvarez Georges, o Danielito. Conforme a versão contada ao Garras, Name mandou matou o filho do compadre, Fahd Jamil, o Rei da Fronteira, porque ele planejava retomar o controle da convenção, que havia sido repassado ao poderoso empresário por Fuad Jamil nos anos 70.
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“Em relação ao termo de declarações da Sra. C., o conjunto probatório não deve ser analisado de forma isolada, mas como um todo e as informações prestadas por ela, no caso, se coadunam com as demais provas coligidas nos autos. Portanto, indefiro os pedidos defensivos”, destacou o magistrado em despacho disponibilizado na segunda-feira (21).
O Ministério Público Estadual também destacou que o depoimento da testemunha secreta não será o único a ser considerado no julgamento. A denúncia reúne provas e indícios de que Ilson Martins Figueiredo foi executado a mando de Fahd Jamil e Jamil Name Filho.
O MPE opinou pela pronúncia de Fahd Jamil, do empresário Jamil Name Filho e do guarda municipal Marcelo Rios. Eles podem ir a júri por homicídio doloso, motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa da vítima. O sargento da PM foi executado com tiros de fuzil às 6h30 do dia 11 de junho de 2018 na Avenida Guaicurus.
A defesa também pediu que o magistrado cobrasse do Garras se foi instaurado inquérito para apurar como o depoimento sigiloso da mulher foi encontrado na casa de Flávio Jamil Georges, o Flavinho, filho do Rei da Fronteira, que está foragido. O documento sem assinatura foi apreendido no dia 20 de junho de 2020 na Operação Armagedom, denominação da 3ª fase da Omertà.
Aluizio Pereira dos Santos pontuou que o advogado pode obter essa informação em um simples telefone para o delegado Fábio Peró, titular do Garras. Ele negou o pedido para ouvir o escrivão da delegacia sobre o motivo do depoimento ter sido encontrado com Flavinho.
“O motivo do indeferimento reside no fato de que o próprio advogado, com as prerrogativas lhe inerentes, pode obter tal informação diretamente com a autoridade policiais até mesmo por telefone, se lhe aprouver. Assim, retorne os autos para o advogado apresentar as alegações finais, registrando que é a última oportunidade para se manifestar”, destacou. Após as alegações finais, o juiz decidirá se levará o grupo para júri popular pelo assassinato de Ilson Martins Figueiredo.