Líder do grupo contratado para roubar a propina de R$ 300 mil destinada a comprar o silêncio do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, o pedreiro aposentado Luiz Carlos Vareiro, o Véio, alegou problemas de saúde e não compareceu na audiência de instrução e julgamento. Último dos sete réus, ele será interrogado nesta quinta-feira (17).
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Conforme despacho da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, Vareiro será ouvido a partir das 16h15 no Fórum de Campo Grande. O interrogatório será presencial e o aposentado será o único dos acusados pelo emblemático e polêmico roubo a prestar depoimento.
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A magistrada dispensou os demais réus, inclusive o advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), porque eles já foram interrogados no dia 6 de dezembro do ano passado. Luiz Carlos apresento atestado médico para provar problemas de saúde e se ausentar.
O “problema de saúde” deverá deixar a sentença dos acusados de integrar o grupo supostamente contratado por Rodrigo para depois do resultado do julgamento do filho do tucano. Na semana passada, a juíza intimou o primogênito de Reinaldo para apresentar as alegações finais em cinco dias após o Ministério Público Estadual.
Vareiro confessou à polícia que foi contratado para roubar Polaco. Conforme a versão, que chegou a ser veiculada pelo Fantástico, da TV Globo, o filho do governador o contratou para recuperar a propina. Na época, logo após a divulgação do escândalo do pagamento de propina pela JBS a Reinaldo em troca de incentivos fiscais, o corretor de gado ameaçou fazer delação premiada.
De acordo com o pedreiro, Rodrigo aceitou pagar a propina, mas, logo em seguida, planejou uma forma de recuperá-la. Homem simples, laranja em uma construtora que presta serviços ao poder público em MS, ele contratou mais cinco homens para executar o plano.
Polaco não compareceu para pegar a propina, mas mandou um representante, o comerciante Ademir José Catafesta, de Aquidauana. Ele foi roubado na BR-262, na altura da Colônia Jamic, no dia 27 de novembro de 2017. Além de perder o dinheiro, Catafesta ficou sem o carro. Um detalhe chamou a atenção no assalto. O comerciante foi roubado no final da tarde, mas só acionou a polícia e fez boletim de ocorrência no dia seguinte.
À Polícia Civil, o aquidauanense relatou ter perdido o carro e R$ 9 mil. Somente após o Batalhão de Choque recuperar o carro, no Jardim Seminário, em Campo Grande, os acusados pelo roubo revelaram que o montante levado era de R$ 300 mil e se tratava de propina.
Além de Rodrigo Souza e Silva, o primo do governador, o sargento da Polícia Militar, Hilarino Silva Ferreira, também é réu no processo. Os promotores Marcos Alex Vera de Oliveira e Clóvis Amauri Smaniotto denunciaram pelo roubo Vareiro, Hilarino, o despachante David Cloky Hoffmann Chita, Jozué Rodrigues das Neves, o Cézar Cantor, Vinícius dos Santos Kreff, Fábio Augusto de Andrade Monteiro e Jefferson Braga de Souza, o Jê.
Rodrigo foi denunciado em ação solo como mandante do roubo da propina. A juíza May Melke rejeitou a denúncia e os promotores recorreram ao Tribunal de Justiça. A 2ª Câmara Criminal, a mesma que manteve Jamil Name preso, aceitou a denúncia e determinou o julgamento do filo do tucano por roubo majorado.
A juíza aceitou a denúncia contra os outros réus. O roubo completou quatro anos em novembro do ano passado.
Os dois processos tramitam em sigilo.