O interrogatório do advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), vai ocorrer no próximo dia 6 de dezembro deste ano. Ele será ouvido junto com os outros sete réus pelo roubo da propina de R$ 300 mil do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, ocorrido em 27 de novembro de 2017, conforme despacho da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, publicado nesta quarta-feira (10).
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Os dois processos tramitam em sigilo e simultaneamente porque envolvem os mesmos fatos e os mesmos réus. “Ante a designação de audiência para interrogatório dos réus nos autos n. 0900460-22.2018.8.12.0001, designo audiência de interrogatório do acusado R. S. e S., para a data de 06 de dezembro de 2021, às 13 horas e 30 minutos, ocasião em que será interrogado, assim como os réus dos autos n. 0900460-22.2018.8.12.0001, conexo à este, devendo o acusado R. S. e S. comparecer pessoalmente acompanhado de seu advogado, também presencialmente, sendo a realização do ato por videoconferência apenas em caráter excepcional e devidamente justificada”, determinou a magistrada.
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Com o interrogatório dos oito réus, a juíza encerrará a audiência de instrução e julgamento. Após os réus e o Ministério Público Estadual apresentarem as alegações finais, a juíza deverá publicar a sentença. O MPE pede a condenação do filho do governador por roubo majorado.
O promotor Marcos Alex Vera de Oliveira denunciou sete homens pelo roubo do comerciante Ademir Catafesta. De acordo com a denúncia, ele veio de Aquidauana para pegar a propina destinada a comprar o suposto silêncio de Polaco. Rodrigo teria contratado um grupo para recuperar o dinheiro.
O comerciante foi roubado na BR-262, perto da Colônia Jamic, na BR-262. Além do dinheiro, ele teve o veículo levado pela quadrilha. No entanto, só registrou o boletim de ocorrência no dia seguinte. Ao encontrar o automóvel, o Batalhão de Choque desencadeou uma ofensiva e prendeu todos os integrantes da quadrilha, que era chefiada pelo pintor aposentado Luiz Carlos Vareiro.
Ao ser preso, o grupo decidiu contar a mesma versão, de que teriam sido contratados pelo filho do tucano para roubar a propina de Polaco. O MPE apresentou duas denúncias. A juíza aceitou a ação penal por roubo contra os sete, mas rejeitou a feita contra Rodrigo Souza e Silva.
O filho de Reinaldo só virou réu após a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça aceitar o recurso da promotoria e torna-lo réu por roubo majorado. O processo voltou a tramitar na 4ª Vara Criminal.
Além de Rodrigo Souza e Silva, o primo do governador, o sargento da Polícia Militar, Hilarino Silva Ferreira, também é réu no processo. Conforme a denúncia do MPE, Polaco passou a receber dinheiro para não fazer delação premiada logo após o escândalo causado pela delação premiada da JBS, de que pagava propina a Reinaldo em troca de incentivos fiscais.
Os promotores Marcos Alex Vera de Oliveira e Clóvis Amauri Smaniotto denunciaram pelo roubo Vareiro, Hilarino, o despachante David Cloky Hoffmann Chita, Jozué Rodrigues das Neves, o Cézar Cantor, Vinícius dos Santos Kreff, Fábio Augusto de Andrade Monteiro e Jefferson Braga de Souza, o Jê.
Rodrigo também foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, junto com o pai, no Superior Tribunal de Justiça, no caso do pagamento de R$ 67,791 milhões em propinas pela JBS. Só que o STJ desmembrou a denúncia e a ação contra o advogado foi encaminhada para a Justiça estadual.
A investigação da Polícia Federal contra Rodrigo pelo suposto pagamento de propina pela Ice Cartões e PSG Tecnologia da Informação, em troca da manutenção do contrato milionário com o Detran também foi enviado para a Justiça Estadual. Neste caso, o herdeiro tucano é alvo de investigação da Operação Lama Asfáltica.