Investigado por compra de fraldas não entregues na Prefeitura de Maracaju, o ex-chefe da comissão de licitações, Edmilson Alves Fernandes teria comprado uma fazenda de R$ 3,1 milhões em Bodoquena. As novas revelações mostram mais malfeitos na gestão de Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB), investigado por desviar R$ 23 milhões do município por meio de conta fantasma.
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Desta vez, a investigação é conduzida pela Polícia Civil de Maracaju. Nesta terça-feira (15), policiais da cidade, com o apoio dos agentes de Miranda e Bodoquena, foram às ruas cumprir dois mandados de busca e apreensão contra Fernandes.
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No novo inquérito, conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil (veja nota aqui), ele é investigado pelos crimes de peculato, lavagem de capitais, falsidade ideológica e organização criminosa. A investigação é uma continuidade da Operação Dark Money, deflagrada pelo DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) no ano passado, que levou o emedebista e a cúpula da sua gestão para trás das grades.
De acordo com o delegado Guilherme Sarian, Edmilson Alves Fernandes teria licitado a compra de R$ 100 mil em fraldas. No entanto, os materiais não teriam sido entregues na prefeitura.
Além de confirmar o desvio na compra de fraldas, a polícia descobriu que ele estava comprando uma fazenda avaliada em R$ 3,1 milhões em Bodoquena. Com a aval da Justiça, os policiais cumpriram os mandados de busca e apreensão para localizar o contrato de gaveta de aquisição da propriedade.
Conforme a assessoria, Edmilson Fernandes já tinha pago R$ 1,7 milhão pela propriedade e até havia arrendado para terceiros. As novas revelações comprometem ainda mais o ex-funcionário público de Maracaju.
Conforme o DRACCO, a conta secreta movimentou R$ 23,479 milhões. Para despistar as autoridades, os cheques eram emitidos sempre com valor de até R$ 49 mil. No despacho para decretar as prisões e acatar o pedido de quebra de sigilos, o juiz destacou a evolução dos gastos durante a campanha eleitoral, quando Dr. Maurílio tentou emplacar Lenilso Carvalho, então secretário municipal de Fazenda, como sucessor.
“Aliás, curiosamente observa-se que a movimentação financeira em referida conta aumentava na exata medida em que se aproximavam as eleições de 2020. Com efeito, em dezembro de 2019 foram movimentados por meio dela R$ 541.897,58 (quinhentos e quarenta e um mil, oitocentos e noventa e sete reais e cinquenta e oito centavos); já em novembro de 2020,foram movimentados R$ 4.480.883,94 (quatro milhões, quatrocentos e oitenta mil, oitocentos e oitenta e três reais e noventa e quatro centavos)”, pontuou.
O caso é o maior escândalo na história de Maracaju.