A oito meses das eleições gerais, os cinco pré-candidatos a governador de Mato Grosso do Sul definem as estratégias para conquistar o eleitor, que vão desde ser ficha-limpa até relembrar a fama de bom gestor e competente. Também há quem aposta em fazer história, como ser a primeira mulher a comandar o Estado.
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Até o momento, a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB) conta os nomes do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), da deputada federal Rose Modesto (provavelmente União Brasil) e dos ex-governadores André Puccinelli (MDB) e Zeca do PT.
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Marquinhos vem enfatizando nas reuniões e nas viagens pelo interior que é um candidato ficha-limpa. O prefeito tem ido além dos termos legais, que só é considera ficha-suja quem tem condenação por órgão colegiado ou em segunda instância. Ele se apresenta como candidato sem investigações nem denúncias por corrupção.
O discurso tem como objetivo conquistar o eleitor cansado de políticos envolvidos em escândalos de corrupção, como um dos principais adversários, André Puccinelli. O emedebista é investigado pela Polícia Federal por supostamente comandar organização criminosa que desviou recursos públicos na administração estadual de 2007 a 2014. Ele é réu em ações de improbidade e peculato na justiça estadual e federal.
Já Puccinelli tem procurado avivar a memória do eleitor que o apontou como o melhor prefeito de Campo Grande. Ele também tem lembrado que deixou o Governo com alto índice de aprovação em 2014.
Sobre as acusações de corrupção, o ex-governador aposta na suspeição do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região deu a munição ao emedebista ao afastar o magistrado da Operação Lama Asfáltica por considerar que ele usurpou das funções do Ministério Público Federal. Nas redes sociais, Puccinelli tem se apresentado como vítima da perseguição do magistrado.
Rose Modesto vem focando no fato de ser a primeira mulher com chance real de se eleger governadora do Estado. Desde a criação de Mato Grosso do Sul em 1979, a Governadoria não teve nenhuma ocupante do sexo feminino.
A tucana deve se filiar ao União Brasil, resultado da fusão do PSL com o DEM, e não deve fazer campanha com críticas à gestão de Reinaldo, de quem foi vice no primeiro mandato e se mantém como aliada até o momento.
Riedel vai se apresentar como um candidato mais técnico do que político e tentar apresentar-se ao eleitor como gestor competente. Para emplacar o terceiro mandato consecutivo, o PSDB vai propagandear a “eficiência” da gestão de Reinaldo Azambuja, que chega com as contas no azul e dinheiro em caixa.
Para tirar o secretário de um dígito na pesquisa, o Governo aposta em um pacote de bondades lançados neste ano, como a CNH Social (5 mil não pagar a taxa para tirar a carteira de motorista), a Caravana da Saúde (que promete ser a mais ampla de todas as edições), reajuste de 10% para os servidores públicos (que tiveram os salários congelados em cinco dos oito anos da gestão tucana) e o pagamento da conta de luz para 141 mil famílias de baixa renda (investimento de R$ 250 milhões).
O ex-governador Zeca do PT pretende pegar carona na onda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera todas as pesquisas sobre a sucessão presidencial a oito meses do pleito. Além disso, o petista tem enfatizado que vai priorizar o social para combater a fome, principalmente, em decorrência da crise econômica causada pela pandemia.
Uma das bandeiras de Zeca será a retomada dos restaurantes populares, que oferecem refeições a preços irrisórios. O único restaurante construído com essa finalidade no Bairro Dom Antônio Barbosa foi desativado na gestão de Puccinelli.