O advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), tem cinco dias para apresentar os memoriais na ação por roubo majorado. Após as alegações finais do Ministério Público Estadual e dos réus, o processo estará concluso para a sentença da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
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O herdeiro tucano é acusado de ser o mandante do roubo da propina de R$ 300 mil, que supostamente teria sido paga para evitar a delação premiada do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, em novembro de 2017. Na época, os bandidos recuperaram o dinheiro e roubaram o veículo do comerciante Ademir José Catafesta, de Aquidauana.
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Rodrigo é réu pelos crimes de subtração de coisa alheia (4 a 10 anos), emprego de arma de fogo (aumento de 2/3) e concurso de pessoas. Inicialmente, a magistrada rejeitou a denúncia contra o advogado. Os promotores Marcos Alex Vera de Oliveira, Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri recorreram e a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aceitou a denúncia e determinou o julgamento do filho de Reinaldo pelo crime.
No ano passado, ao marcar o julgamento, a magistrada determinou a juntada das duas ações, contra os executores e o mandante do roubo. Os réus foram interrogados no dia 6 de dezembro do ano passado, conforme despacho publicado no Diário Oficial da Justiça.
Rodrigo tentou suspender o julgamento ao alegar no Superior Tribunal de Justiça de que o roubo ocorreu em Terenos. O pedido foi rejeitado pelo ministro Olindo de Menezes e o processo não foi suspenso.
O roubo da propina de Polaco ocorreu no dia 27 de novembro de 2017. O comerciante Ademir José Catafesta só registrou o assalto, no qual perdeu um carro, no dia seguinte. Graças a esse boletim de ocorrência, no início de dezembro, o Batalhão de Choque recuperou o veículo no Jardim Seminário, em Campo Grande, e encaminhou os acusados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário.
Os ladrões confessaram o crime e pediram para falar com o promotor Marcos Alex, que tinha ganhou notoriedade como “xerife” do MPE. Eles citaram Rodrigo, deram detalhes do local da entrega da propina e como planejavam o roubo na BR-262.
O assalto ocorreu logo após o escândalo da JBS, no qual os donos da empresa revelaram que pagaram propina ao governador em troca de incentivo fiscal. Polaco foi um dos intermediários do pagamento da vantagem indevida, conforme denúncia feita pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
Além de Rodrigo Souza e Silva, o primo do governador, o sargento da Polícia Militar, Hilarino Silva Ferreira, também é réu no processo. Os promotores Marcos Alex Vera de Oliveira e Clóvis Amauri Smaniotto também denunciaram pelo roubo Vareiro, Hilarino, o despachante David Cloky Hoffmann Chita, Jozué Rodrigues das Neves, o Cézar Cantor, Vinícius dos Santos Kreff, Fábio Augusto de Andrade Monteiro e Jefferson Braga de Souza, o Jê.
O processo tramita em sigilo. Conforme despacho da magistrada, publicado no Diário da Justiça na segunda-feira (7), o MPE e os réus terão cinco dias, sucessivamente, para apresentar os memoriais. Em seguida, a juíza May Melke publica a sentença, que pode absolver ou condenar os réus pelo roubo da propina de Polaco.