A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina Corrêa Costa Dias (DEM), transformou-se no “plano A” dos ministros do Centrão para ser a candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, ela deve se filiar ao Progressistas e ganhou o aval de um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL).
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A sul-mato-grossense teria a missão de reduzir a rejeição de Bolsonaro no eleitorado feminino e retomar os laços com o agronegócio. Apesar de a ministra insistir que o plano é disputar o Senado por Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano, os políticos do Centrão não discutem um “plano B” para vice.
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Bolsonaro confia na ministra, mas tem ressalto que prefere um militar como companheiro de chapa para não correr o risco de sofrer um impeachment. O temor é que um político teria o mesmo caráter de Michel Temer (MDB), que articulou a cassação de Dilma Rousseff (PT) para assumir o comando do Palácio do Planalto em 2016.
O Estadão apurou que Bolsonaro prefere fazer dobradinha com o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, com quem se sente mais à vontade. No Palácio do Planalto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também chegou a se movimentar pela vaga. Em conversas reservadas, o presidente disse a aliados que a escolha de um militar como ele para vice é uma espécie de “seguro” contra processos de impeachment.
A indicação de uma mulher para vice de Bolsonaro tem o objetivo de conquistar o voto feminino. As mulheres têm dado ampla vantagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas, enquanto o petista chega a ficar atrás do presidente entre os eleitores do sexo masculino.
“O ‘agro’ sempre foi visto uma das principais bases de apoio de Bolsonaro, mas hoje enfrenta divisões em relação ao governo. Tanto que, no ano passado, sete entidades da agroindústria assinaram manifesto em defesa da democracia e do respeito às instituições”, pontuou o Estadão.
Não é a primeira vez que o nome da ministra é cogitado para substituir o general Hamilton Mourão nas eleições deste ano. Ela sempre refuta a ideia e tem insistido em disputar o Senado. Nesta terça-feira (8), a assessoria da ministra repetiu o mantra. “A ministra já declarou que será pré-candidata ao Senado por seu Estado (MS) e deverá se desincompatibilizar até início de abril, conforme prazo regulamentar”, afirmou, por meio de nota, sua assessoria.
Ex-presidente da Frente do Agronegócio, Tereza Cristina também faria frente a articulação de Lula para ganhar apoio dos produtores rurais. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cotado para vice do petista, teria a missão de conquistar o apoio do agronegócio a Lula. Ele é cotado para assumir o Ministério da Agricultura no eventual governo petista.
Em 2018, conforme o Estadão, Tereza Cristina chegou a ser cotada para ser vice de Alckmin. No entanto, o tucano acabou optando pela senadora do Rio Grande do Sul, Ana Amélia (PP).
Tereza Cristina passa a viver um dilema. Como candidata a senadora, ela pode ter o apoio da máquina do Governo do Estado, do ex-governador André Puccinelli (MDB) e de Bolsonaro. Teoricamente, tem boas chances de substituir Simone Tebet no parlamento. Por outro lado, ao recusar o cargo de vice na chapa, ela poderá sinalizar que não acredita na vitória do atual presidente.