O ex-deputado estadual e ex-comandante-geral da Polícia Militar, José Ivan de Almeida, conhecido como Coronel Ivan, e o arquiteto Patrick Samuel Georges Issa, sobrinho de Fahd Jamil, o Rei da Fronteira, viraram réus pelos crimes de agiotagem e extorsão. A denúncia foi aceita no sábado (5) pela juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande.
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O terceiro réu pelos crimes contra dois empresários de Campo Grande é o policial civil Reginaldo Freitas Rodrigues, que foi preso em flagrante junto com o militar da reserva no dia 26 de maio do ano passado. O flagrante foi armado pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Assalto a Banco, Sequestros e Roubo).
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O ex-deputado e o policial civil aposentado estariam armados e ameaçando o dono de uma construtora a pagar para Patrick. Como o empresário alegou que não tinha o dinheiro, eles passaram fazer ameaças, como pendurar toda a família, e exigir a entrega da caminhonete como sinal de que quitaria o débito.
O Ministério Público Estadual relatou que o empresário emprestou R$ 80 mil do sobrinho de Fahd Jamil. Ele e o sócio teriam repassado mais de R$ 150 mil. Não contente com o valor repassado, ele contratou o ex-comandante da PM para exigir a assinatura de promissória assumindo dívida de R$ 450 mil, a entrega de um terreno no residencial de luxo Alphaville e parte na empresa. “Defunto também paga conta”, teria dito o ex-comandante da PM.
Durante depoimento no Garras, Almeida optou por ficar em silêncio. O advogado Ronaldo Franco negou que o militar tenha praticado extorsão.
Em depoimento ao Garras, o arquiteto contou que ainda tinha R$ 360 mil para receber dos empresários. Ele disse que pediu ajuda do Coronel Ivan porque ele teria alegado conhecer o pai de um dos devedores. Sobre a cobrança, Patrick Issa disse que foi um “ato de desespero”.
Conforme a magistrada, a denúncia atende aos requisitos do Código Penal. Os réus terão 10 dias para apresentar a defesa por escrito. A próxima fase é marcar o julgamento dos três réus.
José Ivan virou réu pelos crimes de usura, denominação de agiotagem (cobrar juros superiores ao limite legal, com agravante de ser cometida por militar), extorsão (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica) e posse de arma de fogo de uso permitido.
Patrick Issa também foi por agiotagem, extorsão e posse irregular de arma. Reginaldo Freitas Rodrigues virou réu por agiotagem e extorsão.