Centenas de professores protestaram, na manhã desta quarta-feira (2), contra o pagamento de salário 47% menor aos convocados em Mato Grosso do Sul. Desde julho de 2019, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) passou a discriminar os docentes, pagando salário maior aos concursados, mesmo tendo a mesma formação e a mesma jornada de trabalho dos temporários.
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Com o lema “Chega de Injustiça com os professores convocados”, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) realizou manifestação na Secretaria Estadual de Educação e carreata no Parque dos Poderes. “Não vamos recuar da nossa luta”, ressaltou o presidente da entidade, Jaime Teixeira, que liderou o protesto na manhã de hoje.
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Durante o protesto, os trabalhadores lembraram os nomes de todos os deputados estaduais que aprovaram a proposta de Reinaldo, que reduziu em 32,5% o salário pago aos convocados. Eles estão com o salário congelado há 18 meses, segundo Teixeira.
A discriminação chega ao ponto dos não aprovados no concurso não serem contemplados com o aumento de 33,24% no piso nacional do magistério, que passou do R$ 2.886,24 para R$ 3.846,63. O reajuste vai obrigar o Governo do Estado a dar um extra de 20,8% aos professores efetivos para cumprir a lei estadual que prevê o pagamento de 88% do piso nacional para jornada de 20h a partir deste ano.
O grupo de professores foi recebido pelas secretárias estaduais de Educação, Maria Cecília Amendôla da Motta, e de Administração e Desburocratização, Ana Carolina Nardes. Uma comissão foi criada para discutir as reivindicações dos professores. De acordo com Jaime, serão prioridades a questão salarial, o concurso público e o processo seletivo.
Na abertura do ano legislativo, o governador fez balanço dos sete anos de gestão e destacou o investimento. No entanto, ele não citou a redução nos salários dos professores contratados sem concurso público.
O tucano inovou ao criar uma nova categoria que merece ganhar menos em pleno século XXI, quando o mundo começa a gritar que é injusto pagar menos para as mulheres, os negros, os portadores de deficiente, porque todos possuem a mesma capacidade.
Graças a Reinaldo Azambuja, o Governo paga um salário 47% inferior a 9 mil professores. Eles passaram a ser considerados de segunda classe porque não passaram em concurso público.