A visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à fronteira de Porto Murtinho e Paraguai, na segunda-feira (13), para lançamento da pedra fundamental da ponte entre os dois países, vai tirar do papel o sonho do ex-governador Zeca do PT: a rota bioceânica.
[adrotate group=”3″]
Há 17 anos, o petista já era entusiasta de ligar Mato Grosso do Sul à Àsia por meio de um trajeto que, cortando a América Latina, levasse as mercadorias entre os continentes por meio do Oceano Pacífico. A rota reduz o tempo da viagem das exportações até à China, principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul.
Veja mais:
Paraguai adia ponte milionária e irrita Marun e Governo de MS ao destinar verba para covid-19
Governo prevê investimento de R$ 4,5 bilhões com PPP do esgotamento sanitário
Aos 42 anos, economia de MS perde “fôlego” com crise e piora na infraestrutura
A ideia vista com descrédito voltou a ganhar força em 2017, com expedição que levou políticos e empresários por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Hoje, Zeca avalia que o diferencial foi o esforço do presidente Michel Temer (MDB) e também do ex-deputado federal Carlos Marun, o membro mais aguerrido da tropa de choque para defender Temer, sempre às voltas com pedidos de impeachment no curto mandato.
“Conversei com o Fernando Henrique Cardoso, o Lula e a Dilma Rousseff sobre o projeto da rota bioceânica. Mas começou a sair do papel com o presidente Temer, o que é preciso reconhecer. O Marun teve papel fundamental como diretor da Itaipu. Conseguiu convencer politicamente que o projeto era viável”, afirmou o petista.
Em 2004, Zeca participou de uma e expedição de Campo Grande a Antofagasta (Chile), batizada de Caravana da Integração Ásia-Pacífico. “A ponte será fundamental para ligar os dois países. Só faltava o rio, já tinham conseguido superar a cordilheira e o deserto do Atacama. O próximo passo será desburocratizar tudo:– aduana, saúde, interligação, viabilizar o comércio”.
A ponte terá 680 metros e será executada pelo consórcio Paraguai-Brasil, formados por Tecnoedill Constructora S.A, Cidade Ltda e Paulitec Construções. O valor de quase meio bilhão de reais será pago pela Itaipu Binacional. O megaprojeto também promete novo fôlego a Porto Murtinho, cotada para ser tonar um hub logístico da América do Sul, caminho para importações e exportações.
O evento marca a terceira visita de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul neste ano. Ele já esteve em Terenos e Ponta Porã.
E Zeca já chegou a ser taxado de louco por defender com entusiasmo a ligação de Mato Grosso do Sul com o Pacífico, passando pelo Paraguai, Argentina e Chile. “Até vocês da imprensa me chamavam de louco”, diz o petista, feliz por ver o sonho quase realizado.
Pré-candidato a governador em 2022, o petista também fica feliz por ver a sua cidade natal, Porto Murtinho, de volta ao mapa como estratégica para o barateamento do transporte das commodities, como grãos, carne e minério, e celulose para a Ásia, principalmente a China, responsável por quase metade das vendas externas de Mato Grosso do Sul.