A falta de materiais e insumos continua no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, o 2º maior da Capital e administrado pelo Governo do Estado. Em situação de colapso, 29 pacientes estão na fila para serem transferidos para outro hospital, apesar de estarem internados, mas não recebem o tratamento adequado por falta de materiais e insumos.
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A Secretaria Estadual de Saúde confirmou o problema da falta de materiais e responsabiliza o Hospital Universitário, ligado à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e vinculado ao Governo federal. De acordo com a assessoria, o setor de hemodinâmica do HU está parado e sobrecarregou o atendimento no HR.
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Não é a primeira vez que a falta de remédios, insumos e materiais hospitalares compromete o atendimento aos doentes no hospital durante a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). O Ministério Público Estadual já ingressou com ações na Justiça para obrigar a administração tucana a repor o estoque de remédios das farmácias internas do HR.
A falta de remédios para tratar pacientes internados no Hospital Regional se transformou em problema crônico. Em dezembro de 2018, o MPE ingressou com ação civil pública para obrigar a gestão de Reinaldo a repor os estoques de remédios no hospital. Médicos relataram que chegavam a descobrir o problema com o paciente na mesa de cirurgia.
Na época, a Justiça estadual concedeu liminar para obrigar a administração estadual a repor os estoques em regime de urgência. Em julho deste ano, nova ação apontou a falta de remédios na Casa de Saúde.
Nesta semana, a falta de insumos e materiais compromete o setor de cardiologia. Na terça-feira, 40 pacientes chegaram a ficar na fila aguardando transferência para outro hospital, porque não havia material para terem o tratamento recomendado no HR.
Hoje, o HR continua com 29 pacientes inseridos na regulação de emergência para serem transferidos. O Jacaré apurou que alguns, apesar do problema ser do coração e exigir tratamento de urgência, estão aguardando leito em outra instituição desde o dia 18 do mês passado.
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, por meio da assessoria, admitiu o problema. “Além do hospital estar trabalhando acima de suas expectativas, devido as eletivas represadas durante o período pandêmico, o HRMS está recebendo, também, os pacientes do Hospital Universitário que está com o Setor de Hemodinâmica parado”, justificou.
“Devido ao volume de eletivas cardíacas realizadas e com a demanda de pacientes vindos do HU, faltou alguns materiais para o procedimento, mas já estamos com processos emergências de compras abertos, o problema deve ser resolvido nos próximos 10 dias”, prometeu a gestão tucana.
“O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul informa que a referência de angiologia vascular é a Santa Casa de Campo Grande. Quanto aos procedimentos de cateterismo, o HRMS atingiu sua máxima histórica no mês de outubro com 52% de taxa de angioplastias realizadas; em 2019 a média mensal foi de 43%”, destacou, frisando o que vem sendo realizado.
O setor de hemodinâmica do HR foi alvo da Operação Again, da Polícia Federal. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, houve o desvio de mais de R$ 3,4 milhões na instituição. O médico Mercule Paulista Cavalcante virou réu pelos desvios junto com empresários e servidores. A ação tramita na 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Enquanto falta remédio para tratar pacientes internados, rezando aos céus para ter atendimento, o governador Reinaldo Azambuja anunciou a realização de mais uma edição da Caravana da Saúde. A nova edição deve ocorrer em 2022, quando a população vai às urnas para eleger o sucessor do tucano, o senador, oito deputados federais e 24 deputados estaduais.