Caminhando a passos lentos há sete anos e com nove mil páginas, a ação de improbidade administrativa contra o ex-procurador-geral do MPE (Ministério Público Estadual), Miguel Vieira da Silva, agora terá prioridade de tramitação.
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O pedido partiu da defesa, que alegou, em junho de 2020, que o réu é idoso e tem doença grave (câncer). No fim de novembro deste ano, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, Ariovaldo Nantes Corrêa, determinou que o caso tenha prioridade, como prevê o Código de Processo Civil.
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Miguel Vieira, 69 anos, foi denunciado por acordo para proteger o então prefeito de Dourados, Ari Artuzi (já falecido), alvo de operações policiais. Em troca, teria pagamento de R$ 300 mil. A existência desse mensalão, relativo ao ano de 2010, veio à tona numa gravação da operação Uragano, em que o ex-deputado estadual Ary Rigo (já falecido) cita o valor.
No total, conforme a denúncia do Ministério Público, o ex-chefe da instituição movimentou R$ 880 mil sem comprovação da origem. O montante inclui depósito de R$ 249 mil sem origem comprovada, compra de apartamento da Plaenge em Campo Grande (R$ 211 mil), um imóvel em Bonito (R$ 50 mil) e aquisição de apartamento em Maceió (R$ 320 mil). No despacho do último dia 30, o juiz determinou que Miguel Vieira esclarecesse a origem e destino de remessa no valor de R$ 49.851,79, conforme solicitado por perito.
Até então, a justificativa para o valor de R$ 249 mil foi uma poupança particular. Ou seja, mantinha dinheiro em espécie para se livrar das taxas bancárias.
Apesar de o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) ter recomendado a expulsão do procurador, ele se aposentou em outubro deste ano com direito a salário integral.