O advogado Luís Cláudio Alves Pereira, o Bitto Pereira, foi eleito, nesta sexta-feira (19), o novo presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul). Com a vitória, ele mantém o tabu da entidade não eleger uma mulher presidente desde 1992, emplaca o 3º mandato de Mansour Elias Karmouche. Também é a primeira vitória do grupo do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que havia perdido três eleições suplementares para prefeito.
[adrotate group=”3″]
Mansour foi eleito conselheiro federal e mantém o prestígio na classe, apesar da debandada da maior parte dos diretores. Nos últimos dias, em guerra aberta contra os ex-aliados, ele excluiu os desafetos do grupo de aplicativo da entidade e manteve a ofensiva vitoriosa para fazer o sucessor.
Veja mais:
Mulheres lutam para deixarem de ser coadjuvante e acusações de fake news marcam eleição
Troca de farpas, Felipe Santa Cruz, apoio do Governo e custas judiciais marcam debate da OAB
Governo de Reinaldo trabalha pela eleição de Bitto Pereira para presidente da OAB/MS
Rachel Magrini e Giselle Marques tentaram fazer história, mas, apesar das mulheres representarem 53% dos inscritos na Ordem, só uma advogada conseguiu a façanha de comandar a entidade em 42 anos, Elinice Pereira Carille. Em Campo Grande, Bitto obteve 2.489 votos, contra 2.226 de Rachel e 347 de Giselle.
A vitória é importante e estratégica para o grupo tucano, que se empenhou em peso pela eleição de Bitto Pereira. Integrantes do governo promoveram reuniões e a procuradora-geral do Estado, Fabíola Marquetti, fez declarações públicas de apoio.
O candidato fez reuniões no escritório de advocacia de Rodrigo Souza e Silva, filho de Reinaldo, que foi alvo de operações da Polícia Federal e virou réu pelo roubo da propina de R$ 300 mil do corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco.
Prevaleceu na campanha também o antipetismo. Aliados de Bitto bombardearam os aliados de Rachel Magrini, como o conselheiro federal Wander Medeiros, de que seriam aliados da esquerda e do atual presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz.
O vice-presidente eleita é a advogada Camila Bastos, do escritório de advocacia do deputado estadual Gerson Claro (Progressistas) e filha do desembargador Alexandre Bastos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele foi indicado para a vaga no 5º constitucional em 2016 pelo atual governador do Estado.
Bitto está há 22 anos na advocacia. Atual conselheiro federal da entidade, ele garante o 3º mandato consecutivo ao grupo liderado por Mansour. “Este trabalho de reconstrução do apoio à classe foi intenso nos últimos seis anos, e agora vamos continuar mantendo a OAB com suas portas abertas, com uma atuação muito voltada ao que realmente importa, que é o respeito às nossas prerrogativas (direitos) e aos honorários. É isso que traz dignidade a advogadas e advogados”, propôs.
“A advocacia é essencial à Justiça. Sem advogado não há Justiça, somos essenciais para o regime democrático. A OAB, da qual sou conselheiro federal, tem papel relevantíssimo na sociedade brasileira. A instituição deve, sobretudo, amparar e assistir os advogados”, afirmou Pereira, no ato de lançamento da chapa “Mais OAB”.