Com uma inédita e assustadora tempestade de areia, que deixou vermelho os céus de Campo Grande e mais seis cidades do interior de Mato Grosso do Sul, o temporal causou estragos sem precedentes, como quedas de árvores, toldos e até coberturas de postos de combustíveis. Em Corumbá, uma chalana com 21 passageiros afundou no Rio Paraguai.
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Há semanas, o fenômeno vinha ocorrendo no interior de São Paulo, onde as imagens da tempestade de areia tomando contas das cidades causou pânico e assustou os moradores. Na tarde desta sexta-feira (15), acompanhada por ventos com velocidade de até 102 quilômetros por hora, a tempestade de areia transformou o dia em noite e derrubou a temperatura de 30º para 18º.
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De acordo com o Corpo de Bombeiros, 154 árvores caíram nas mais diferentes regiões. Na Avenida Bandeirantes, uma árvore de grande porte caiu sobre três veículos. Um adolescente acabou saindo praticamente. Houve queda sobre carros nas avenidas Mato Grosso, Rodolfo José Pinho, Afonso Pena, entre outros.
Uma árvore destruiu parcialmente uma padaria no Bairro São Lourenço, conforme o Campo Grande News. Dois postos de combustíveis, nas avenidas Costa e Silva e Consul Assaf Trad, tiveram as coberturas destruídas pela força do vendaval. Em Ribas do Rio Pardo, a queda da caixa d’água da Sanesul deixou vários bairros sem água.
Também foram registrados estragos em Dourados, onde o prefeito Alan Guedes (PP) decretou estado de emergência em decorrência da tempestade de poeira. Também houve estragos em Corumbá. De acordo com o Diário Corumbaense, uma chalana com 21 passageiros virou no Rio Paraguai. O Corpo de Bombeiros enviou equipes para fazer buscas por desaparecidos.
A Energisa recebeu mais de 4 mil chamados de queda de energia em 40 minutos, das 14h40 às 15h20, de acordo com o Correio do Estado. A concessionária estima que a velocidade dos ventos passou de 100 km/h. O total de chamados foi 20 vezes maior que o normal em períodos de temporais. “É uma situação nunca registrada em quase oito anos de concessão em MS”, destacou. Mais de 60 bairros foram atingidos pelo blecaute.
Inédita no Brasil, o fenômeno é comum em países da Ásia, segundo o meteorologista Estael Sias. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele explicou que a tempestade de areia é causada com temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, que podem alcançar 10 quilômetros de altura.
O caso ocorre quando após longo tempo de estiagem e tempo seco. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) classificou o evento como “litometeoro”, causado pela suspensão no ar de partículas, geralmente sólidas, mas de natureza não aquosa, que causa a tempestade ou o turbilhão de areia.