A Petrobras vai promover o 10º reajuste do ano no preço da gasolina, que vai subir 7,2% a partir deste sábado (10). Com o novo aumento, o menor preço do produto deve superar R$ 6 na Capital, enquanto no interior pode superar a barreira dos R$ 7. O gás de cozinha também fica 7,2% mais caro. Os novos aumentos foram anunciados em meio à guerra entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores sobre quem é o responsável pelo encarecimento do combustível ao consumidor final.
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Para frear os reajustes, Bolsonaro trocou o presidente da Petrobras. No entanto, o general Joaquim Silva e Luna não alterou a política do antecessor, Roberto Castello Branco, e vem mantendo a paridade com o mercado internacional, onde o barril está cotado a US$ 85. O dólar a R$ 5,50 também é incluído no cálculo.
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Com o 10º reajuste do ano, o litro da gasolina acumula alta de 61,95% nas refinarias, onde passou de R$ 1,84, em dezembro do ano passado, para R$ 2,98 amanhã. O valor atual é de R$ 2,78. O quilo do gás de cozinha passará dos atuais R$ 3,60 para R$ 3,86. Na Petrobras, o botijão vai custar R$ 50,18.
Mesmo com a manutenção da alíquota de 30% pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o preço da gasolina ao consumidor pode subir de R$ 0,15 a R$ 0,20 nas bombas. Na Capital, o menor valor, atualmente em R$ 5,75, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo), poderá passar para mais de R$ 6. O maior preço poderá chegar a R$ 6,51. No interior do Estado, o maior preço em algumas cidades é de R$ 6,53. Com o aumento anunciado pela estatal, o litro poderá custar mais de R$ 7.
No comunicado ao mercado, a Petrobras ressaltou que esse o preço da gasolina não tinha reajuste a 58 dias. O único problema é que o salário do brasileiro não sobe há quase um ano, considerando-se o salário mínimo. O GLP não tinha alta há mais de três meses. “Após 95 dias com preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, justificou a companhia, sobre o gás de cozinha.
A companhia afirmou que elevação reflete os patamares internacionais de preços de petróleo, “impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial”, e a taxa de câmbio, “dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.
Com o novo aumento no preço dos combustíveis, o Brasil deverá fechar o ano com a maior inflação em duas décadas. Nesta sexta-feira (8), o IBGE divulgou que o IPCA de setembro foi de 1,16%, o maior desde a implantação do Plano Real. O acumulado em 12 meses foi de 11,25%, o maior para o período desde setembro de 2003, quando a inflação fechou em 15,16%.
A situação é ainda pior para o campo-grandense, que teve inflação de 1,25% no mês passado. De acordo com o IBGE, a inflação na Capital está acumulada em 11,25% nos últimos 12 meses, o 6º maior índice do País.
Pesquisa do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), a cesta básica acumula alta de 28% na Capital. A alta dos alimentos, dos combustíveis e da energia eleva o mau humor do eleitor com Bolsonaro. No entanto, conforme as pesquisas, o presidente continua como favorito em MS.
O aumento da Petrobras ocorre entre a guerra entre Bolsonaro e os governadores sobre o responsável pelo encarecimento dos combustíveis. Reinaldo assinou uma carta para acusar a política de preços do Governo federal pelo aumento e frisar que não elevou o ICMS nos últimos 12 meses.
Aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de Alagoas, chegou a propor mudança no cálculo do ICMS sobre os combustíveis. A proposta obriga a definir um valor com base na média dos últimos dois anos. O projeto não muda a política de preços da Petrobras, mas reduz a arrecadação dos Estados.
Reinaldo é contra a mudança. O secretário estadual de Fazenda, Felipe Mattos, afirmou que a perda de receita será considerável, mas não estimou o montante, conforme o Campo Grande News.
O certo da história é que o consumidor vai pagar mais caro pela gasolina, enquanto a Petrobras continua batendo recorde de lucro. No segundo trimestre deste ano, a estatal lucrou R$ 42 bilhões.