A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, ensaia permanecer na União Brasil, resultado da fusão do DEM com o PSL, e pode reforçar o palanque da senadora Soraya Thronicke (PSL), que estuda disputar o Governo em 2022. Com a decisão, o DEM, que ganhou densidade eleitoral nas últimas eleições e é um dos principais aliados do PSDB, pode desfalcar a candidatura do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
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Inicialmente, a deputada federal licenciada e uma das principais lideranças do agronegócio cogitava sair do DEM para se filiar ao Progressistas ou acompanhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deve definir a nova sigla nos próximos meses. Ela também vem percorrendo o Estado como candidata a senadora em dobradinha com o tucano.
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O risco é a dupla repetir o que ocorreu com Reinaldo Azambuja (PSDB) em 2014, que ensaiou ser candidato a senador na chapa de Delcídio do Amaral, na época no PT, e acabou não só disputando o Governo, como derrotando o petista no segundo turno.
Tereza Cristina tem três opções. A primeira é mudar de partido e manter o script, disputar o Senado na chapa de Eduardo Riedel. A outra é disputar o Senado, um sonho da ministra, mas como candidata de Soraya e de Bolsonaro. O presidente vai priorizar a eleição de senadores em 2022 para não enfrentar o mesmo sufoco no Senado, onde a oposição e os independentes vivem impondo derrotas ao capitão.
A terceira opção é Tereza Cristina disputar o Governo, enfrentando Riedel. Esta possibilidade pode ser tanto pela União Brasil como por outro partido com o apoio de Bolsonaro.
Na quarta-feira, durante a convenção democrata para aprovar a fusão com o PSL, Tereza Cristina e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, confidenciaram aos caciques, conforme a revista CrusoÉ, que desejam permanecer na União Brasil.
“O União Brasil será o maior partido da Câmara e terá a maior cota dos fundos partidário e eleitoral no ano que vem”, teria argumento o ministro gaúcho. A União Brasil será presidida pela senadora Soraya Thronicke em Mato Grosso do Sul.
A sorte tem marcado a carreira da advogada, que surpreendeu ao ser eleita senadora em 2018 ao surfar na onda do bolsonarismo e derrotar caciques como o ex-senador Waldemir Moka (MDB), o ex-governador Zeca do PT e o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli.
Agora, a sorte parece mais uma vez bater na porta de Soraya. No ano passado, o PSL não elegeu nenhum prefeito em Mato Grosso do Sul. No entanto, como o DEM passou de três para 14 prefeitos entre 2016 e 2020, a senadora vai assumir um partido só atrás do PSDB, com 37 prefeituras.
O novo partido terá o dobro de prefeitos do MDB, que passou a contar com 8 com a eleição de Donizete Viaro em Paranhos. Soraya ainda poderá contar com o apoio de dois deputados três deputados estaduais, como Barbosinha e Zé Teixeira, do DEM, e Capitão Contar (PSL).
Os deputados podem sair do partido por dois motivos. Os democratas para permanecer no palanque do PSDB. Contar pode acompanhar Bolsonaro, o mesmo destino dos dois deputados federais do PSL, Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando. No entanto, eles também podem permanecer na sigla de olho no tempo de televisão e no polpudo fundo eleitoral, o maior entre os partidos políticos em 2022.