Pesquisa Genial/Quaest aponta que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) ficaria com 6% caso fosse o nome para representar a 3ª via na disputa presidencial de 2022. O percentual é o 4º entre os nove cotados para ser alternativa a polarização. Mesmo sendo desconhecido para 37% dos eleitores, o democrata já conta com rejeição de 46%, superior a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa da Quaest Consolutoria e Pesquisa ouviu 2.048 eleitores entre os dias 30 de setembro e 3 deste mês em todos os estados brasileiros. Foram testados oito cenários. A principal novidade foi a inclusão da empresária Luiza Trajano (sem partido), da Magazine Luiza. A senadora Simone Tebet (MDB) não foi incluída desta vez.
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No cenário em que o médico sul-mato-grossense é o candidato da 3ª via, Lula lidera com 44%, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com 26%, Ciro Gomes (PDT), com 11%, Mandetta com 6%, brancos e nulos somam 10%, enquanto os indecisos, 3%.
O ex-ministro da Saúde teve o mesmo desempenho do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e ficou atrás de outros concorrentes a disputar a eleição como nome da 3ª: o apresentador do Brasil Urgente, programa policial da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (PSL), com 11%, Ciro (11%) e do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (sem partido).
Mandetta fica na frente do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com 4%, da empresária Luiza Trajano, com 4%, do presidente do Senado, Eduardo Pacheco (DEM), com 3%, e do senador Alessandro Vieira (Cidadania), com 3%.
Nem o fato de ter sido tornado referência no combate à pandemia da covid-19 habilitou o democrata como o melhor nome para resolver os problemas de saúde e da vacina no Brasil. Neste quesito, ele ficou com apenas 6%, atrás de Lula (37%) e até de Bolsonaro (19%). Na área da saúde, Mandetta acabou com o programa Mais Médicos, quando era titular do ministério, e se envolveu no escândalo Gisa, como ficou conhecido o desvio milionário quando foi secretário municipal da área na gestão do primo, Nelsinho Trad (PSD).
Crítico da polarização e contundente dos petistas e bolsonaristas, Mandetta foi considerado o melhor nome para acabar com as brigas políticas por apenas 1%. Lula foi apontado por 35%, enquanto Bolsonaro ficou com 16%, Moro, com 7%, Ciro com 5% e Doria, 2%.
O levantamento Genial/Quaest verificou o potencial de cada candidato. A rejeição em Mandetta teve salto de cinco pontos percentuais. Conforme a pesquisa, 46% disseram conhecer e não votariam de jeito nenhum no ex-ministro da Saúde. O índice superou o de Lula, rejeitado por 43%, mas ficou atrás dos percentuais de Bolsonaro (65% não votariam no capitão de jeito nenhum), Doria (61%), Moro (59%), Ciro (56%) e Datena (52%).
Mandetta ainda é desconhecido para 37% dos eleitores. O percentual dos que votariam com certeza ficou estável em 2%, mas os que passaram a conhece-lo e poderiam votar passou de 11% para 13%.
A Genial/Quaest não incluiu o ex-ministro nas simulações de segundo turno. Lula derrotaria Bolsonaro e todos os pré-candidatos com mais de 50% dos votos.
Um fato curioso sobre as pesquisas. O jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan, defensor ardoroso do presidente Bolsonaro, usou o resultado da eleição de Paranhos, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, para contestar as pesquisas que apontam a liderança isolada de Lula.
Em Paranhos, o atual prefeito interino, Donizete Viaro (MDB), venceu com pouco mais de 50% e ao emplacar uma vantagem de apenas 118 votos. O candidato do PT, Adélio, ficou com 67 votos (1,12%). O emedebista teve 3.007 (50,43%), contra 2.889 votos (48,45%) do candidato Alfredo Soares (PSDB).
Nunes citou o resultado do candidato do PT, de 1,12%, para defender a tese de que Lula não tem a liderança folgada nas pesquisas do Datafolha e no Ipec, formado pelos executivos do Ibope. Só que o jornalista bolsonarista esqueceu de falar que Adélio tinha de 1% a 4% nas pesquisas.
No entanto, o instituto Ranking errou feio no resultado de Paranhos. No levantamento feito na véspera da eleição, Alfredo tinha 49,14%, contra 29% de Donizete. O candidato do MDB teve 50,43% e venceu a eleição. Isso significa que pesquisa é pesquisa e o resultado da urna, que realmente conta, pode ser outro, com certeza. Vai errar quem apostar em pesquisa para ganhar eleição.