Acusado de comandar o grupo para roubar a propina de R$ 300 mil do corretor de gado, José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, o mestre de obras Luiz Carlos Vareiro, o Véio, 64 anos, virou réu por posse ilegal de arma de fogo roubada. O juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual e marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 8 de março de 2022.
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A história envolvendo o pedreiro é surreal porque envolve o advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele virou réu, por determinação da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por ter contratado Vareiro para roubar o dinheiro entregue a Polaco. Na época, o corretor ameaçava fazer delação premiada e teria passado a receber R$ 300 mil para manter o silêncio.
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O pedreiro foi preso após os policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar recuperarem o carro roubado do comerciante Ademir José Catafesta na BR-262, entre Campo Grande e Aquidauana, nod ia 27 de novembro de 2017. Após localizar o Ford Fiesta, os policiais prenderam todos os integrantes da quadrilha no dia 6 de dezembro daquele ano.
Ao prender Vareiro, acusado de ser o líder do grupo, o Batalhão de Choque apreendeu duas armas de fogo. A primeira, um revólver Rossi calibre 38, havia sido roubado há 15 anos, em dezembro de 2002. O mestre de obras contou que comprou a arma no camelódromo por R$ 2,5 mil a mando do filho do governador. A outra, um revólver Taurus calibre 38, estava com o registro vencido desde 2013.
O promotor Rodrigo Yshida Brandão denunciou o mestre de obras por posse ilegal de arma de uso permitido, com base no artigo 12 da Lei 10.826/2003, que prevê pena de um a três anos de reclusão, e por adquirir produto proveniente de roubo, no caso o artigo 180 do Código Penal, com punição de um a quatro anos de reclusão.
Em despacho publicado nesta segunda-feira (13), o juiz Olivar Coneglian aceitou a denúncia e marcou o julgamento para março de 2022. Ele pretende ouvir as testemunhas de acusação, de defesa e interrogar o réu.
Vareiro também é réu pelo roubo da propina junto com outros acusados de integrar o grupo. O filho de Reinaldo é réu em processo solo, mas a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, determinou a realização de um único julgamento para todos.
Vareiro ainda responde ações por improbidade administrativa pela empresa Ciacon, na qual admitiu ser laranja.