Considerados pessoas non gratas por petistas e bolsonaristas, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e a senadora Simone Tebet (MDB) não empolgaram o eleitor sul-mato-grossense com a candidatura à presidência da República. Conforme pesquisa Ranking, realizada entre os dias 1º e 5 de setembro deste ano, enquanto eles patinam em 2%, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disparam na preferência em Mato Grosso do Sul.
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Realizada com 2 mil eleitores em 20 municípios, a sondagem aponta Bolsonaro isolado na liderança, com 36,1%, contra 24,15% do petista. Nos últimos seis meses, considerando-se o levantamento de março deste ano, quando tinha 30,18%, o presidente subiu seis pontos percentuais.
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No mesmo período, o ex-presidente Lula cresceu 16 pontos percentuais, já que tinha 8,12% em março deste ano. Ele recuperou os direitos políticos após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anular as condenações do petista na Operação Lava Jato porque o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, teria sido parcial ao atuar como magistrado e reforçar a acusação.
Conforme a pesquisa divulgada nesta semana, Ciro Gomes (PDT) fica em 3º, com 4%, seguido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 3,05%, por Mandetta, com 2,75%, Moro com 2,6%, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com 2,30%, Simone Tebet com 2% e o apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (sem partido), com 1,45%. O percentual de votos em branco, nulo e indecisos soma 21,60%.
Em seis meses, Doria passou de 5,02% para 3,05%. Um dos motivos pode ser a divisão dos votos com Leite, que foi incluído no mesmo disco. Já Mandetta passou de 4,12% para 2,75% no período.
A pesquisa representa uma ducha de água fria para as pretensões eleitorais de Mandetta e Simone. Ao contrário do ditado popular, de que santo de casa não faz milagre, um político para sonhar com a presidência da República precisa mostrar prestígio e força política na terra natal.
A senadora e o ex-ministro ainda conseguiram a desagradar a duas fortes correntes no Estado: os petistas e os bolsonaristas. Mandetta passou a ser inimigo do bolsonarismo após ser demitido do Ministério da Saúde e passar a atacar o presidente por não seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde para combater a pandemia da covid-19, como uso de máscara e distanciamento social.
Simone não chegou a ser aliada, mas ensaiou uma aproximação com o presidente da República quando era presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e tentou comandar o Congresso Nacional. Nos últimos meses, ela subiu o tom e se transformou em uma das principais críticas de Bolsonaro na CPI da Covid.
O democrata e o emedebista também não são queridos pela oposição porque votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Aliás, ambos sempre foram oposição aos candidatos a presidente do PT no Estado e sempre subiram no palanque do PSDB, como nas candidaturas de José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alkcmin.
Simone e Mandetta conseguem ficar atrás de Doria e Ciro no Estado, segundo a Ranking. A emedebista só não ficou na lanterna porque o espaço coube a Datena.
Caso o embate fique restrito a Bolsonaro e Lula, o presidente teria 47% contra 33% do petista. Os números mostram porque as manifestações a favor do presidente e contra o Supremo Tribunal Federal tiveram êxito na Capital, enquanto patinaram em outros estados.