Tradicional ato no 7 de Setembro, o Grito dos Excluídos vai levar movimentos sociais, sindicatos e a população às ruas da Capital para defender a vida e protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na 27ª edição, a manifestação volta a abordar problemas gravíssimos, que voltaram a ganhar força no Brasil: a fome, o desemprego e a inflação.
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Para evitar conflito e tumulto com os defensores do presidente, que saem às ruas no período da manhã para defender a gestão de Bolsonaro e pedir o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o protesto contra o presidente ocorrerá a partir das 15h na Praça Ary Coelho.
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De acordo com a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), a passeata sairá às 16h e percorrerá as ruas 14 de Julho, Antônio Maria Coelho e Pedro Celestino. O ato será encerrado com oração e celebração religiosa ecumênica em defesa do Brasil, das instituições e da democracia, segundo o presidente da entidade, Jaime Teixeira.
O tema deste ano será “Vida em 1º lugar”, com o lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”. Tradicional evento realizado após o desfile da Independência, o Grito dos Excluídos foi realizado virtualmente no ano passado por causa da pandemia da covid-19.
Após um ano, os movimentos sociais, pastorais da Igreja da Católica, sindicatos e partidos políticos apostam no atual momento do Brasil para levar milhares às ruas da Capital. A fome volta a ser o principal foco da manifestação. O problema chegou a ser extinto, mas voltou a mobilizar a sociedade em decorrência do desemprego e da grave crise econômica causada pela pandemia.
“O Grito dos Excluídos nunca foi tão necessário”, destacou Jaime, sobre o protesto que ocorre há 27 anos na Capital. Para o dirigente sindical, o momento é importante porque a população voltou a viver com problemas considerados extintos desde o Plano Real, como carestia, custo de vida e inflação.
A situação econômica é agravada com o desemprego, problema que atinge 14 milhões de brasileiros, e a falta de vacina para o País retornar à normalidade. Para piorar o quadro, conforme Jaime Teixeira, ainda existe o risco de ruptura institucional por parte do presidente Jair Bolsonaro. “Estou preocupado porque a democracia no Brasil ainda é frágil, pouco mais de 30 anos”, alertou.
“Sempre participei, desde a primeira edição. Neste grave momento de instabilidade política e de ameaças à democracia, não poderia dedicar de participar”, afirmou o deputado Pedro Kemp (PT), que sempre compareceu às manifestações realizadas no 7 de Setembro na Rua 14 de Julho.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vilson Gimenez, disse que a manifestação vai pedir vacina no braço e comida no prato. “Queremos a manutenção da democracia e mais renda. E não podemos esquecer a pauta principal, fora Bolsonaro”, defendeu.
“Vamos para a praça desarmados em busca de paz e contra o fuzil e outras armas que têm matado muitos inocentes pelas ruas do Brasil”, conclamou o vereador Ayrton Araújo (PT). “Quem prega o uso de arma de fogo é despreparado e desumano, é a favor da morte e não respeita as famílias que tem perdido diariamente os seus entes queridos para as milícias que formam um poder armado paralelo em afronta ao Estado que é responsável pela segurança pública. Quem deve usar fuzil, é a polícia e as forças armadas para defender as pessoas, as famílias e nação brasileira”, afirmou o petista.