A CCR MS Via voltou a ter lucro com a retomada do movimento normal na BR-163 e a receita com pedágio teve aumento de 19,5% no segundo trimestre deste ano. Conforme balanço da companhia, o lucro no período de abril a junho deste ano somou R$ 63,6 milhões, aumento de 327% em relação ao prejuízo contabilizado no mesmo período de 2020.
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Por outro lado, os usuários da rodovia seguem sem ter os benefícios previstos no contrato de concessão em 2014, que era a duplicação total dos 847 quilômetros. Como não cumpriu o acordo, a concessionária paulista deveria dar desconto de 53,94% no valor do pedágio em novembro de 2019. No entanto, a CCR conseguiu liminar no Tribunal Regional Federal da 1ª Região para se livrar da medida.
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Nem o Tribunal de Arbitragem, convocado para analisar o imbróglio, deu razão aos usuários e manteve a decisão favorável a concessionária. A MS Via obteve respaldo legal para não cumprir a determinação da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre). Até o momento, ninguém ficou ao lado dos motoristas, que passaram a pagar pedágio, mas não tiveram os benefícios previstos no contrato.
O balanço do 3º trimestre, publicado neste mês, revela que a companhia voltou a ter lucro com a cobrança do pedágio na BR-163. A receita com o pedágio teve aumento de 19,5% no período, passando de R$ 63,696 milhões para R$ 76,120 milhões.
O bom desempenho teve reflexo positivo no montante do primeiro semestre deste ano. A receita total cresceu 3,8%, passando R$ 153,3 milhões, em 2020, para R$ 159,2 milhões neste ano. O valor pago em impostos cresceu 107%, de R$ 6,6 milhões para R$ 13,8 milhões.
A empresa teve lucro de R$ 25,363 milhões no semestre, contra prejuízo de R$ 44,933 milhões no mesmo período do ano passado. Em 2020, devido à pandemia da covid-19, que reduziu o movimento nas rodovias federais, a MS Via teve prejuízo de R$ 353,4 milhões. Devido à pandemia, houve queda de um milhão no movimento de veículos.
Neste ano, conforme a companhia, o aumento na arrecadação do pedágio reflete o boom do agronegócio, principalmente pelo recorde na safra de soja e da alta do dólar.
A CCR MS Via obteve aval do Governo de Jair Bolsonaro (sem partido) para permanecer no comando da BR-163 por mais 24 meses. Pelo novo termo aditivo, a empresa não vai precisar duplicar mais até a relicitação, quando será escolhida a nova concessionária e serão definidas novas condições.
O maior risco é de que o maior sonho do sul-mato-grossense, a duplicação total da BR-163, fique fora do novo contrato e siga o modelo de Reinaldo Azambuja (PSDB), que definiu um valor maior para o pedágio na MS-306, mas sem duplicar a via entre Chapadão do Sul e Cassilândia.