O deputado estadual Capitão Contar (PSL) aderiu à mobilização de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 7 de setembro deste ano. Ele convocou uma motociata para pedir o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Apesar dos atos estarem sendo ligados aos atos antidemocráticos, o parlamentar garante que a manifestação será em defesa da democracia e da liberdade.
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“Quando pedimos democracia e liberdade é que a vontade popular seja respeitada. E qual vontade? São muitas: não cabe no post”, justificou o parlamentar, que foi o mais votado nas eleições de 2018. Em seguida, ele enumera as reivindicações do ato: “Impeachment de Ministros do STF; eleições limpas; prisão de corruptos; harmonia entre os Poderes; deixem Bolsonaro governar; abaixo a impostos e liberdade de expressão”.
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A motociata está prevista para começar a partir das 9h na Rua Antônio Maria Coelho, no estacionamento do Parque das Nações Indígenas, e deverá percorrer 20 quilômetros, passando pelo Parque dos Poderes, Avenida Afonso Pena, Comando Militar do Oeste e Base Aérea. A realização de eventos com motos ficou famoso desde que a modalidade passou a ser a preferida de Bolsonaro.
Contar vai reforçar os atos convocados para o Dia da Independência, que deverão contar com a presença do presidente nas manifestações em Brasília e na Avenida Paulista, em São Paulo. O cantor Sérgio Reis virou alvo da Polícia Federal após defender os atos antidemocráticos e a invasão do Congresso Nacional para obrigar a cassação do mandato dos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro protocolou o pedido de impeachment de Moraes, mas a petição foi indeferida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), de Minas Gerais. No entanto, o presidente manteve a ofensiva e permanece insinuando que poderá recorrer às Forças Armadas para impor sua vontade.
“Acredito que se existe um golpe em curso, é um golpe na hipocrisia política que se instaurou no Brasil, a ser desferido com o punho direito pelos brasileiros que não aguentam mais esse chantagismo político para derrubar o presidente Bolsonaro”, rebateu Capitão Contar, negando que o presidente tenha a intenção de dar um golpe de estado para evitar as eleições de 2022 e permanecer no poder.
“O único risco que vejo é que se não fizermos nada, o nosso País dará meia-volta em direção ao que hoje são Cuba, Argentina, Venezuela e outros país que se entregaram a regimes esquerdistas”, alertou o deputado, sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas eleitorais visando a sucessão presidencial.
Movimentos de direita e conservadores estão convocando a população para participar das manifestações dizendo que o dia 7 de setembro “vai ser gigante”. Autoridades e políticos estão apreensivos com a mobilização que poderá manter o clima de instabilidade política no momento em que o Brasil enfrenta a pior crise econômica da sua história.
Além da pandemia da covid-19, que já matou mais de 570 mil pessoas, o Brasil está com a inflação na casa dos 9% e a beira de apagão por causa da crise no sistema energético.