A maioria dos deputados federais de Mato Grosso do Sul votou contra a privatização dos Correios na noite desta quinta-feira (5). Cinco parlamentares foram contra, sendo que apenas três – Beto Pereira (PSDB), Dr. Luiz Ovando e Loester Trutis, do PSL – votaram a favor do projeto, aprovado por 286 votos a favor, 173 contrários e duas abstenções.
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O PL 591/2021 foi rejeitado por: Bia Cavassa e Rose Modesto, ambas do PSDB, Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD) e Vander Loubet (PT). A proposta de privatizar os Correios, que lucrou R$ 1,5 bilhão no ano passado, ainda precisa ser aprovada pelo Senado.
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) planeja colocar a estatal a venda no primeiro semestre de 2022. A empresa conta com 99 mi funcionários, que terão estabilidade por 18 meses e poderão ser demitidos por meio de PDV (Plano de Demissão Voluntária).
O projeto de vender 100% das ações dos Correios teve o voto favorável apenas dos parlamentares mais fiéis ao presidente Bolsonaro, como Dr. Ovando e Trutis. O ex-prefeito de Terenos vem surpreendendo ao ser o tucano mais fiel aos projetos do presidente na Câmara dos Deputados.
Pela proposta, o ganhador do leilão vai manter o monopólio de cartas e telegramas, entre outros serviços dos Correios, por cinco anos. A empresa poderá demitir os funcionários para enxugar o quadro, mas deverá manter, a princípio, a política da empresa de estar presente em todos os lugares do País, inclusive os mais remotos.
Em 20 anos, os Correios tiveram lucro de R$ 12 bilhões, dos quais 73% foram repassados ao Governo Federal, único acionista da empresa até o momento. Por ano, são mais de 343 milhões de encomendas.
A logística a ser repassada à iniciativa privada inclui 15 mil unidades próprias, 99 mil funcionários, dos quais 55,6 mil são carteiros, e 25 mil veículos, com 15 mil linhas terrestres e 11 linhas áreas.
Sindicatos e partidos de esquerda argumentam que a empresa é premiada mundialmente, é lucrativa e é considerada estratégica para o País. Os Correios fazem a entrega das provas do Enem há 12 anos e são responsáveis pela entrega dos livros e materiais didáticos para todas as escolas públicas.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, estima que a venda da empresa poderá render R$ 15 bilhões ao Governo. Ele disse que os interessados na compra são Magazine Luíza, FedEx, DHL e Amazon.