Com críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, ao deputado federal Fábio Trad (PSD) e à senadora Simone Tebet (MDB), a carreata pela volta do voto impresso e contagem pública reuniu centenas de veículos na manhã deste domingo em Campo Grande. Os organizadores não divulgaram a estimativa do número de participantes.
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Liderados por um trio elétrico gigante, o grupo saiu da Praça do Rádio e percorreu a Avenida Afonso Pena até chegar no CMO (Comando Militar do Oeste). Dos oito deputados federais, o único que se manifestou oficialmente a favor da proposta foi Dr. Luiz Ovando (PSL), conforme os próprios manifestantes.
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“Impressionante como o povo brasileiro está engajado na causa dessa manifestação. Pacífica. Ordeira. Com as cores da nossa bandeira. Movimentos verdadeiramente democráticos, onde cobramos transparência no processo eleitoral. Voto impresso e contagem pública dos votos! É emocionante!”, avaliou o deputado estadual Capitão Contar (PSL), um dos participantes do evento. Coronel David (sem partido) foi procurado, mas não respondeu.
Com a bandeira do Brasil, vestindo verde e amarelo, os manifestantes também defenderam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Assessores de Ovando aproveitaram para colher assinatura pela criação do partido Aliança pelo Brasil. Bolsonaro planejava se filiar ao novo partido, mas como a criação não foi concretizada até o momento, ele estuda se filiar a um dos partidos do Centrão, como o PP ou PTB.
“Nós queremos contagem pública de votos”, defenderam os organizadores no alto do trio elétrico. “Cobre o seu parlamentar o voto impresso”, defenderam. Eles também pediram para a população pressionar os deputados federais a aprovar a PEC do Voto Impresso, que voltará a ser discutida em agosto. Para entrar em vigor em 2022, o projeto deve ser aprovado até setembro.
Dois parlamentares foram citados durante a carreata. “Fábio Trad nunca mais”, bradaram, sobre o deputado que vem se posicionando de forma crítica e dura contra Bolsonaro nas redes sociais. “Vamos demitir a Simone Tebet e o Fábio Trad”, pregou outro, referindo-se a senadora que vem ganhando destaque na CPI da Covid do Senado. A emedebista cogita ser candidata a presidente da República pelo MDB.
“Estamos mais de 20 anos sem saber quem conta e como conta nossos votos”, afirmaram, apesar de Bolsonaro ter sido reeleito deputado federal no Rio de Janeiro por vários mandatos e eleito presidente da República pelo atual sistema. “O Japão com toda a sua tecnologia usa voto impresso”, disse um dos manifestantes, sobre o país sede das Olímpiadas desse ano.
Esta informação é contestada pelo TSE (veja aqui). De acordo com o tribunal, 32 países usam urnas eletrônicas, inclusive o Japão, Coréia do Sul, Canadá, Austrália e alguns estados dos Estados Unidos.
Aliás, o ministro Barroso foi um dos principais alvos dos manifestantes. Outro alvo foi o ministro Alexandre de Moraes, que deverá assumir o comando da Justiça Eleitoral. Um boneco gigante com a frase: “Voto impresso auditável? Eu que vou auditar! F.-se o povo!”.
A PEC do Voto Impresso deverá ser votada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados no início deste mês. Em live na quinta-feira, Bolsonaro foi acusado de espalhar mentiras e publicar vídeos com fake news sobre as urnas eletrônicas. Ele admitiu não ter provas de fraudes nas eleições, mas ressaltou que há indícios.